Política

Paulinho Freire é favorável à “CPI do Arrozão do PT”

foto: Zeca Ribeiro – Câmara dos Deputados

A petição para a abertura da chamada CPI do Arrozão na Câmara Federal passa a contar com a assinatura do terceiro parlamentar do Rio Grande do Norte, o deputado Paulinho Freire (União Brasil), que se soma aos deputados General Girão e Sargento Gonçalves, do Partido Liberal (PL).

Agora são 142 assinaturas favoráveis à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, faltam 29 para se alcançar o número mínimo exigido de 171 assinaturas para a sua abertura.

O deputado Zucco (PL-RS) que propôs a abertura da CPI do Arrozão, acredita que ainda esta semana completará a lista de assinantes: ““A investigação é absolutamente necessária. Primeiro, porque não há a necessidade de importar um milhão de toneladas. O Rio Grande do Sul já havia colhido 83% da safra e vem ignorando os dados técnicos da Farsul e Federarroz. Até mesmo a CONAB atestou que existe o produto internamente”.

Segundo, porque foi “um escândalo a forma como o leilão foi conduzido, com empresas muito suspeitas, sem capacidade técnica ou financeira para fazer tal compra. Isso custou a cabeça do secretário de Política Agrícola”.

“O Arrozão do PT precisa ser investigado. Acredito que seja apenas a ponta do iceberg e muita coisa pode aparecer pelo caminho”, completou Zucco.

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) se destinam a investigar fato relevante para a vida pública e para a ordem constitucional, legal, econômica ou social do País. Têm poderes de investigação equivalentes aos de autoridades judiciais.

Na atual Legislatura (57ª) da Câmara dos Deputados, já existem dez requerimentos de aberturas de CPIs aguardando despacho do presidente da Casa, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), enquanto três já estão em funcionamento.

Em audiência pública na Comissão da Agricultura da Câmara, a questão da necessidade de importação de arroz vai ser debatida pela Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), inclusive com a participação do ex-secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller, que negou que tenha pedido demissão do cargo, mas declarado que a organização dos leilões para a importação de arroz partiu da Casa Civil e do ministro Carlos Fávaro (Agricultura).

Geller teve sua demissão assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). O leilão de 263 mil toneladas foi anulado na terça-feira (3). Geller afirmou que o certame foi mal organizado e politizado por parte da oposição em um momento difícil do Rio Grande do Sul”, porque o Ministério da Agricultura tinha a informação de que 78% da produção de arroz do Rio Grande do Sul já havia sido colhida e armazenada, além de que “boa parte das plantações que faltavam ser colhidas” estava fora da faixa de inundação.

A reunião da FPA foi solicitada pelos deputados Tião Medeiros (PP-PR) e Coronel Meira (PL-CE) e ocorrerá na manhã desta terça-feira (18), na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

A mesma Comissão recebe na manhã da quarta-feira (19), o ministro da área, Carlos Fávaro, para falar sobre os estoques públicos de arroz e a necessidade de importar o produto. O debate será realizado a pedido dos deputados Marcos Pollon (PL-MS), Afonso Hamm (PP-RS) e José Medeiros (PL-MT).

Deu na Tribuna do Norte

Polícia

Negócios do filho na importação de arroz complicam situação de Neri Geller

 

Na Câmara, é intensa a coleta de assinaturas para ciar a CPI do Arrozão. Até sexta (14), já havia 142 assinaturas apoiando a CPI. São necessárias ao menos 171. Está na mira a GF Business, empresa que Marcelo Geller, filho do agora ex-secretário de Política Agrícola Neri Geller, criou com Robson França, advogado e ex-assessor do pai. França também é dono da Foco, corretora que venceu o leilão bilionário. A ideia da dupla era fazer negócios na área de atuação de Neri Geller, o pai secretário.

Muito estranho

A GF, da dupla, data de 2023, três meses após a Foco, a dos leilões. A Receita Federal atesta que têm idêntica atividade: comércio de cereais.

Mesmo esquema

A relação das empresas é tão visceral, que até o telefone para contato e o endereço eletrônico são rigorosamente os mesmos.

Dado o escândalo da sociedade, nesta sexta (14) a GF Business teve a situação cadastral baixada na Receita. Ou seja, foi extinta às pressas.

Depoimento explosivo

Revoltado com a demissão, Neri Geller negocia ida à Comissão de Agricultura antes mesmo da CPI. Quer botar a boca no trombone.

Informações do Cláudio Humberto