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Cresce consumo de cigarros eletrônicos; entenda os riscos

 

Segundo pesquisa realizada pelo instituto Ipec, apenas nos últimos seis anos, o consumo do produto cresceu 600%. Com a alta na incidência, o Brasil já soma quase 3 milhões de usuários do dispositivo.

A pesquisa aponta dados do período de 2018 a 2023 e ouviu adultos de 18 a 64 anos. Ao todo, a incidência do consumo do cigarro eletrônico é referentes a 12 estados do país, visando alcançar uma amostragem nacional, sendo Pernambuco o único representante do Nordeste. A pneumologista Suzianne Lima, professora da UFRN e coordenadora do Grupo de Tratamento de Tabagismo do Hospital Onofre Lopes (Huol/UFRN), enxerga o aumento no consumo com preocupação. Isso porque, embora o número de tabagistas tenha caído no início dos anos 2000, o dado voltou a progredir com a chegada dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs).

Além de serem uma alternativa ao cigarro comum, o design, a possibilidade de escolher entre diferentes sabores e o fator “novidade” tornaram o objeto popular entre os jovens.

Em muitos casos, a propaganda enganosa anunciando a ausência de nicotina no produto também pode atrair quem acredita que ele oferece menores riscos à saúde. “Tabagismo é tabagismo de qualquer maneira, seja cigarro de palha, combustível, ou eletrônico. O que muitas pessoas que comercializam falam é que não tem nicotina, mas sabemos que tem e em uma quantidade muito maior”, adverte Suzianne Lima.

No cigarro eletrônico, explica a pneumologista, a nicotina está presente em pequenas partículas associadas ao ácido benzoico. Este, por sua vez, torna a substância menos amarga e apresenta uma partícula capaz de ultrapassar a barreira da massa encefálica. Em outras palavras, chega ao cérebro rapidamente, causando a sensação de prazer e potencializando as chances de dependência química. O líquido utilizado nos vapes, uma vez superaquecido e transformado em aerosol, também resulta em processos de inflamação e oxidação dentro do corpo.

Com informações da TN

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Uso de cigarro eletrônico pode impedir o funcionamento do sistema imunológico, aponta estudo

 

Pesquisadores da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, descobriram que a inalação do vapor de um cigarro eletrônico, mesmo a exposição moderada, pode impedir o funcionamento normal das células imunológicas capazes de enfrentar doenças.

Segundo os cientistas, a fumaça do cigarro eletrônico pode danificar os neutrófilos, a primeira linha de defesa do sistema imunológico humano. Pesquisas anteriores mostraram que os danos causados aos neutrófilos pelo tabagismo podem levar a danos pulmonares a longo prazo.

Para o estudo, os pesquisadores coletaram amostras de sangue de doadores saudáveis que nunca fumaram ou vaporizaram. A equipe então expôs neutrófilos retirados do sangue a 40 baforadas de vapor sem sabor — o que estudos anteriores mostraram ser uma baixa exposição diária. Metade das amostras foram expostas a vapor contendo nicotina, enquanto o restante a alternativas sem nicotina.

Tanto o grupo da nicotina como no dos não-nicotínicos, os neutrófilos permaneceram vivos, mas ficaram estáticos no lugar, sem capacidade de lutar contra possíveis ameaças.

“Os cigarros eletrônicos são uma ferramenta comprovada e de menor dano para ajudar os fumantes a pararem de fumar, mas nossos dados se somam às evidências atuais de que os cigarros eletrônicos não são inofensivos e destacam a necessidade de financiar estudos de longo prazo sobre vapers”, diz Aaron Scott, professor associado de ciências respiratórias da Universidade de Birmingham e principal autor do estudo.

Outras experiências com neutrófilos expostos ao vapor do cigarro eletrônico sugerem que o acúmulo de um microfilamento dentro das células, que são incapazes de se reorganizar adequadamente, está causando a supressão da função normal das células.

Chamada de actina, ela é geralmente encontrada como pequenos filamentos dentro das células e se reorganizam em uma rede para ajudar a célula a mudar sua forma. Esta função é usada pelos neutrófilos para que possam se mover e cercar as ameaças para destruí-las.

A equipe observou que havia altas concentrações do filamento F-actina nos neutrófilos que foram expostos ao vapor do cigarro eletrônico, contendo ou não nicotina. O acúmulo de F-actina resultou em células imunológicas menos capazes de se mover e funcionar normalmente.

“Os neutrófilos normalmente protegem os pulmões movendo-se do sangue para o local de possíveis danos antes de usar uma série de funções de proteção para proteger os pulmões. O impacto observado que o vapor do cigarro eletrônico teve em sua mobilidade é, portanto, de preocupação significativa e, se isso acontecesse no corpo, faria com que aqueles que usam regularmente cigarros eletrônicos apresentam maior risco de doenças respiratórias”, afirmou David Thickett, professor de medicina respiratória da Universidade de Birmingham e coautor do artigo.

Fonte: O Globo

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Número de adolescentes hospitalizados por cigarro eletrônico quadriplica em 1 ano no Reino Unido e acende alerta para o Brasil

Número de adolescentes hospitalizados por cigarro eletrônico quadriplica em 1 ano no Reino Unido e acende alerta para o Brasil 

 

O número menores de 18 anos hospitalizados no Reino Unido por causa de cigarro eletrônico quadruplicou em apenas um ano. Em 2022, foram registradas 32 internações enquanto que no ano anterior foram oito. Os dados são do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS UK).

Os especialistas pedem uma maior repressão ao uso dos cigarros eletrônicos, alertando que o número de internações só aumentará. A prevalência do uso desses dispositivos — que podem conter tanta nicotina quanto 50 cigarros — dobrou entre os menores de idade em uma década, no Reino Unido.

Apesar de a venda a menores de 18 anos ser ilegal no Reino Unido, dados apontam que um em cada 10 alunos do ensino médio é usuário regular de cigarros eletrônicos. Quase todas as ruas principais agora têm uma loja de vape, com cigarros eletrônicos vendidos por apenas 5 libras.

Cerca de 20% dos jovens brasileiros fazem uso do cigarro eletrônico, aponta o relatório Covitel divulgado no ano passado. O levantamento foi feito com mais de 9 mil pessoas em todo o país. No Brasil, a venda destes tipos de dispositivos é ilegal.

Os números sobre internações hospitalares entre crianças e adolescentes foram obtidas pela rádio britânica LBC, via Freedom of Information (FOI), mecanismo semelhante à Lei de Acesso a Informação no Brasil.

Os dados mostram que 15 das internações ocorreram com crianças menores de 10 anos. E, entre todas as faixas etárias, as hospitalizações relacionadas ao cigarro quase dobraram, chegando a 344.

O NHS, que forneceu os dados, não informou se todas as 32 hospitalizações entre menores de 18 anos eram de crianças diferentes. Isso significa que alguns dos casos podem ter sido a mesma criança que precisou de mais de uma sessão de tratamento.

Os dados fornecidos não detalharam com quais problemas de saúde as crianças e adolescentes chegaram aos hospitais para necessitarem de internação. Mas o cigarro eletrônico pode causar problemas respiratórios, como falta de ar, dor no peito, inflamação pulmonar e, em casos graves, insuficiência respiratória.

Os cigarros eletrônicos permitem que as pessoas inalem a nicotina em um vapor — produzido pelo aquecimento de um líquido, que normalmente contém propilenoglicol, glicerina, aromatizantes e outros produtos químicos.

Ao contrário dos cigarros tradicionais, eles não contêm tabaco, nem produzem alcatrão ou carbono — dois dos elementos mais perigosos. Mas eles podem incluir centenas de produtos químicos não regulamentados, alguns dos quais são “cancerígenos conhecidos”, de acordo com um estudo publicado na Frontiers in Pediatrics em outubro passado.

Deu no O Globo