Racismo

Denúncias de racismo dentro do governo federal cresceram 94% em 2023

 

Nos cinco primeiros meses de gestão Lula, houve um considerável aumento no número de denúncias de racismo dentro do governo federal. De janeiro a maio deste ano, foram 394 ocorrências. Trata-se de um aumento de 94% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo o levantamento da CGU, os órgãos de onde mais partiram denúncias de assédio foram o Departamento de Polícia Federal (DPF), o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Ápice de denúncias

Nos últimos quatro anos e cinco meses, foram registradas 2.646 denúncias de racismo no governo. Desse total, 1.922 foram concluídas e 658 foram arquivadas.

O ápice de casos desse tipo foi em 2020, no governo Bolsonaro; entre janeiro e maio daquele ano, foram registradas 675 denúncias. A maioria delas partiu da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), com destaque especial para a então Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte, privatizada para o Grupo Comporte em dezembro do ano passado.

Na época, havia uma onda de relatos de casos de racismo nas estações de metrô da capital de Minas Gerais.

“Em geral, essas denúncias partiram de abordagem dos seguranças do metrô contra usuários. Nós temos também outros casos de usuário contra usuário, de usuários contra seguranças negros; em 2020, porém, houve abordagens dos seguranças contra usuários, de maneira violenta, e todas as pessoas abordadas eram negras”, relatou a metroviária e vereadora de BH Iza Lourença (PSol), que acompanhou de perto essa situação, à época.

Direcionamento das denúncias

Um dos motivos para órgãos como a Polícia Federal e o Ministério dos Direitos Humanos estarem no topo do ranking é que, muitas vezes, denunciantes procuram por instituições que têm políticas relacionadas ao tema, segundo a CGU.

“O fato de determinado órgão ou entidade receber denúncia de assédio não necessariamente significa que o ato relatado tenha ocorrido naquele ambiente ou que tenha sido realizado por servidor daquele local”, explicou a CGU em e-mail.

Além disso, a CGU esclareceu que o arquivamento acontece quando há falta de elementos ou em caso de denúncias repetidas.

A reportagem questionou quais foram as conclusões das denúncias, mas a CGU explicou que o registro das providências adotadas pelas áreas de apuração não consta na plataforma Fala.BR.

Deu no Metrópoles

 

Racismo

Polícia da Espanha prende sete suspeitos de cometerem ataques racistas contra Vinícius Jr.

 

Sete pessoas foram presas pela polícia da Espanha por ataques racistas contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid.

As prisões aconteceram nesta terça-feira, 23, dois dias depois de o jogador ser vítima de insultos raciais durante partida contra o Valência pelo Campeonato Espanhol. Na ocasião, o brasileiro foi chamado de “macaco” por torcedores da equipe e acabou expulso de campo. Três dos detidos foram presos na cidade de Valência e estariam entre os responsáveis por ofender Vinícius Júnior durante a partida de domingo.

“A polícia deteve três jovens em Valência por comportamentos racistas ocorridos no domingo passado no jogo entre Valencia CF e Real Madrid”, informou a Polícia Nacional, que abriu uma investigação após os acontecimentos. Outras quatro pessoas foram presas na capital Madri por terem sido responsáveis por crime de ódio ao pendurarem um boneco com o uniforme do brasileiro pendurado em uma ponte da capital espanhola em janeiro, simulando o enforcamento do craque brasileiro. Segundo a polícia da Espanha, três dos quatro detidos são “membros ativos de um grupo radical de torcedores de um clube madrileno”. O ato aconteceu após a vitória do Real Madrid por 3 a 1 contra o rival local, Atlético de Madrid, pela Copa do Rei. Ao lado do boneco, uma faixa dizia: “Madrid odeia o Real”.

A investigação sobre o boneco foi baseada em depoimentos, que permitiram que as autoridades os responsáveis fossem “identificados durante partidas consideradas de alto risco dentro dos dispositivos de prevenção de violência no esporte, foram os supostos autores”.

O caso mais recente gerou muitas reações na Espanha e em outros países, especialmente após Vinícius usar as redes sociais para criticar a organização do Campeonato Espanhol. “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam”, escreveu o brasileiro.

O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiale, disse que é necessário que a Espanha reconheça que tem “um problema de comportamento, de educação, de racismo”. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também se manifestou, pedindo “tolerância zero” com o racismo.

Deu na JP News