Petista suspeito de matar bolsonarista se entrega à polícia e fica em prisão preventiva

Petista suspeito de matar bolsonarista se entrega à polícia e fica em prisão preventiva

 

Suspeito de homicídio, Edno de Abadia Borges, de 60 anos, se entregou à polícia na noite desta terça-feira. Como já havia um pedido de prisão preventiva contra ele, o produtor rural foi preso, acusado de matar Valter Fernando da Silva, de 36 anos, com quem tinha uma “relação de amizade”. Segundo a Polícia Civil do Mato Grosso, a motivação do crime, ocorrido na noite de domingo no estacionamento de um bar da cidade de Jaciara, se deu por conta de uma divergência política entre a dupla — enquanto, Valter da Silva defendia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o atirador era apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Testemunhas ouvidas pela polícia relataram que Edno Borges e Valter da Silva fizeram uso de bebidas alcoólicas ao longo da noite, enquanto estavam no Bar do Mineiro, no distrito de Selma. Segundo a polícia, tanto a vítima quanto o suspeito não tinham antecedentes criminais.

— Diante do fato da vítima defender o ex-presidente Jair Bolsonaro e o suspeito, o presidente Lula, essa divergência fez com que os ânimos ficassem acalorados, elevados — explica o delegado, que detalha ainda o que aconteceu em seguida, a partir dos relatos colhidos na investigação — O Edno convidou a vítima para ir até a caminhonete dele, no lado de fora do estabelecimento. Chegando lá, deu dois disparos com a arma de fogo.

Valter Fernando da Silva foi atingido duas vezes no abdômen. Ainda de acordo com a polícia, fora autor e vítima, ninguém viu os disparos sendo feitos, já que apenas os dois homens estavam no estacionamento, que não tem câmeras de segurança.

Edno Borges, então, deixou o bar em sua caminhonete, enquanto os clientes foram ao estacionamento prestar socorro ao baleado, morto no local. O carro usado na fuga foi encontrado em uma estrada vicinal a uma distância de 10 quilômetros, segundo o delegado.

Enquanto apreendiam o carro, as autoridades policiais identificaram duas pessoas em um outro veículo nas proximidades. Segundo José Ramon, a dupla, formada por um filho de Edno e um amigo, chegou a admitir que pretendia dar apoio ao suspeito, mas que não conseguiu localizá-lo.

— O filho chegou a alegar que o pai possuía o registro da arma, mas até o momento esse registro não foi trazido. Não há nenhuma arma registrada no nome do Edno. Salvo melhor juízo, está irregular — aponta José Ramon.

Ainda segundo a polícia, apesar da motivação ter se dado por divergências políticas, o caso não é tratado como um crime político:

— O crime político é um crime contra o Estado, contra os poderes constituídos. O que temos aqui é um homicídio por motivação politica. É um crime comum, qualificado pelo motivo fútil — explica o delegado José Ramon.

Créditos: O Globo.

 

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