O juiz federal Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou a prisão do ex-doleiro Alberto Youssef. Ele é um dos principais personagens da Operação Lava Jato. A decisão é desta segunda-feira, 20.
Youssef, cuja delação premiada fortaleceu o início da Lava Jato, estava em Itapoá (SC) no momento da prisão. Inicialmente, a Polícia Federal (PF) tentou cumprir o mandado de prisão em um endereço residencial fornecido pelo ex-doleiro à Justiça. Contudo, havia no local um terreno abandonado. Youssef será levado para Joinville (SC) e, depois, seguirá para Curitiba. A prisão é preventiva, ou seja, não tem prazo para ter fim.
A decisão faz parte de um processo de representação fiscal para fins penais, aberto pela Receita Federal. De acordo com a denúncia, Youssef não devolveu todos os valores de que se beneficiou ilicitamente. Além disso, não comunicou a Justiça Federal sobre seu endereço residencial atualizado.
O ex-doleiro já havia sido preso durante a primeira fase da Lava Jato, por determinação do ex-juiz Sergio Moro. As investigações evoluíram e resultaram na prisão do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Conforme Appio, as atuais condições de vida de Youssef são “totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros”. “O simples fato de que possui diversos endereços e de que estaria morando na praia já evidencia uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas em matéria criminal”, sustenta o magistrado.
Durante a Lava Jato, Youssef fez um acordo de delação premiada. Em troca, o ex-doleiro forneceu informações que poderiam levar à prisão de mais pessoas envolvidas nas investigações. Ele é apontado como o líder de um esquema de pagamento de propinas e lavagem de dinheiro.
De acordo com o Ministério Público Federal, a Lava Jato devolveu mais de R$ 4 bilhões aos cofres públicos e condenou 174 pessoas — incluindo em 1ª e 2ª instâncias. O Tribunal de Contas da União estima que o esquema de corrupção causou prejuízos de R$ 18 bilhões à Petrobras.
Deu na Oeste