O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, afirmou que o papa, bispos e padres “são uma máfia organizada”. O ditador ainda disse que a Igreja Católica não pode falar sobre democracia, pois o papa é eleito pela “máfia organizada do Vaticano”. A declaração foi feita na terça-feira, 21.
“Os cardeais e os papas são uma máfia, moram em mansões, vestem roupas que nem Cristo vestia”, disse Ortega. “Olhe para os crimes que cometeram e os crimes que continuam cometendo todos os dias. Crimes que eles cometem porque têm regulamentos absurdos.”
Ortega disse que foi criado no catolicismo, e que Cristo “vive nas cidades cristãs, não pelo exemplo que dão os padres, bispos, cardeais e papas, os quais são uma máfia”.
Depois que o papa Francisco se pronunciou pela sentença de mais de 26 anos de prisão do bispo Rolando Álvarez, Ortega passou a atacar publicamente a Igreja Católica e o Vaticano, cujo representante foi expulso da Nicarágua por Ortega, em maio de 2022.
O bispo Dom Rolando Álvarez foi detido pela Polícia Nacional em 19 de agosto e indiciado pelo crime de conspiração, “por atentar contra a integridade nacional e divulgar falsas notícias através das tecnologias de informação e comunicação em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense”. A informação foi divulgada pela Diretoria de Imprensa e Relações Públicas do Complexo Judicial Central de Manágua, em 13 de dezembro de 2022.
Em resposta às declarações de Daniel Ortega, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Manágua, Silvio Báez, disse que o ditador é “ignorante, cínico, mentiroso, ditador, ilegítimo, ateu, corrupto e criminoso”.
O líder sandinista iniciou uma guerra contra a Igreja, alegando que ela estava conspirando para um golpe, encobrindo e incentivando um “grupo de assassinos”, que teria tentado derrubá-lo e assassiná-lo durante as manifestações antigoverno em 2018, nas quais sua renúncia foi amplamente exigida.
Daniel Ortega vem proibindo qualquer festividade católica, especialmente as procissões, como uma espécie de vingança à Igreja.
Desde as grandes manifestações que pediram a sua renúncia em 2018, quando foi eleito de forma fraudulenta e autoritária, tendo prendido todos os seus adversários, Ortega já fechou mais de 2 mil ONGs que prestavam serviços fundamentais aos nicaraguenses, perseguiu e prendeu opositores, além de confiscar seus bens.
Deu na Oeste