Mercado prevê cenário de incertezas com política fiscal de Lula

O relatório Focus é divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central | Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

 

O mercado elevou sua expectativa para o patamar dos juros ao fim do próximo ano, antecipando uma redução menor da taxa Selic ao longo de 2023, ao mesmo tempo que previu um aumento maior da dívida pública, mostrou o relatório semanal o relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, 5.

Para 2023, o mercado projeta uma Selic de 11,75% no final de 2023, 0,25 ponto porcentual a mais do que na semana passada e 0,5 ponto porcentual a mais do que há quatro semanas. O aumento na projeção dos juros reflete as incertezas em relação ao teto de gastos e à política fiscal no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O cenário de contas públicas contemplado no Relatório de Mercado Focus também reflete a política fiscal de Lula e mostra situações opostas em 2022 e 2023. Para este ano, as estimativas têm melhorado, em consonância com os bons resultados fiscais. Já as projeções para 2023 se deterioram em meio aos temores com os planos de aumento de gastos do governo eleito.

Para 2022, os analistas projetam que a dívida líquida do setor público atinja 57,7% do PIB, mesmo patamar da semana e inferior à projeção de quatro semanas atrás (58,45% do PIB). Já para 2023, a projeção era de 61% há uma semana e agora é de 61,5% do PIB.

Além disso, o relatório também mostrou que o mercado está prevendo que o PIB cresça mais de 3% neste ano e a inflação chegue perto dos 6%. As projeções para o câmbio diminuíram na última semana de R$ 5,27 para R$ 5,25 e a sinalização é de que o Comitê de Política Monetária mantenha a taxa básica de juro em 13,75% ao ano nesta semana.

Deu na Oeste

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