Bolsonaro pode vencer a eleição pelo bom desempenho que teve no debate; Entenda

Jair Bolsonaro

 

O debate na Globo entre os candidatos à presidência, nessa sexta, 28, foi esperado com muita ansiedade. Tanto Lula quanto Jair Bolsonaro se prepararam bem para o confronto. Os dois adversários sabiam que não haveria novidade nos temas discutidos.  Talvez Lula não esperasse ser atacado com a primeira pergunta escolhida por Bolsonaro.

O presidente começou questionando sobre as mentiras usadas nas propagandas do Partido dos Trabalhadores (PT) a respeito das perdas que seriam impostas aos direitos dos trabalhadores em caso de reeleição. Lula rodou, rodopiou, remexeu e não respondeu. Tentou escapar uma, duas, três, quatro vezes. Até que chegou o momento em que precisaria dar uma resposta.

E como não havia explicação convincente escolheu a pior de todas as saídas. Disse que não era ele quem fazia as peças publicitárias, que tinha tarefas mais importantes com que se preocupar, e que essas ações eram entre o pessoal responsável pela campanha e o público. Foi uma confissão. Ótimo para Bolsonaro, já que não havia tido tempo de informar aos eleitores que se tratava de uma fake news.

Bolsonaro continuou perguntando a respeito de diversos temas sem que Lula conseguisse sair das cordas. O petista tentou lançar mão de suas armas preferidas. Uma, presente em todos os debates, que é usar a ironia e o deboche. Outra, dizer que o adversário está nervoso ou exaltado, como fez com Ciro Gomes em um dos últimos confrontos. Essas estratégias, todavia, não deram certo. Bolsonaro não se alterou.

Continuou como se tudo estivesse normal. Outra tática de Lula é a de pedir que o oponente apresente provas dos números citados. Dessa vez, o presidente foi munido das fontes de onde havia retirado as informações. O petista tentou insistir para que o presidente mostrasse onde estavam os dados. Bolsonaro, como se estivesse surpreso, disse que já havia acabado de apresentá-los. Como era esperado, Lula voltou a levantar a questão da pandemia e das vacinas.

Nesse debate, ao contrário do que ocorreu no anterior em que se defrontaram, Bolsonaro deu as explicações de forma resumida, mais assertiva. E fechou recordando uma frase de Lula: “Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”. Como a campanha do presidente estava proibida de usar essa informação, foi uma boa oportunidade para trazê-la à tona.

Nesse debate, o mais importante de toda a disputa, com uma das maiores audiências à disposição dos dois concorrentes, Bolsonaro conseguiu passar as informações que desejava. Falou da queda do desemprego, do aumento do PIB, da terceira queda seguida da inflação, com consequência na redução no preço dos alimentos, da energia limpa, da transposição do São Francisco, da negociação dos fertilizantes com a Rússia. A corrupção foi, mais uma vez, um assunto relevante na discussão.

O presidente citou os ministros do PT que foram presos em comparação com os seus que se elegeram ao Senado, à Câmara dos Deputados e de alguns que estavam prestes a conquistar o governo dos estados. De novo Lula tocou no desmatamento. Já havia se saído mal nessa questão no debate anterior, dessa vez foi ainda pior.

Deu na Jovem Pan

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