O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou que a anulação de processos da força-tarefa da Lava Jato ocorreu por questões formais, ressaltando que os casos de corrupção envolvendo políticos, empresários e doleiros aconteceu de fato no Brasil.
Na sexta-feira (10), em um evento no Tribunal de Contas do Pará (TCE-PA), o ministro comentava sobre a importância dos órgãos de controle contas para a sociedade. “Tive a oportunidade, nesses 10 anos, de julgar casos de corrupção. Ninguém pode esquecer o que ocorreu no Brasil, no Mensalão, na Lava Jato”, disse.
“Muito embora tenha havido uma anulação formal [das ações criminais], aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas”, acrescentou Fux, referindo-se ao dinheiro encontrado no ‘bunker’ do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
O chefe da Suprema Corte lembrou ainda que “o gerente que trabalhava na Petrobras devolveu R$ 98 milhões e confessou que tinha efetivamente assim agido”, em menção ao caso envolvendo Pedro Barusco, indicado à estatal nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em relação à “anulação formal” mencionada por Fux, pode-se citar processos em que a Corte considerou que houve parcialidade na condução dos atos, como na ação do ex-presidente Lula (PT), ou ainda na transferência de ações para a Justiça Eleitoral, como ocorreu com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PTB).