Foto: Ton Molina/NurPhoto via Getty Images
A liquidação do Banco Master virou um dos episódios mais ruidosos do fim do ano em Brasília ao envolver o ministro do STF Alexandre de Moraes, o Banco Central e a atuação do escritório de advocacia de sua esposa, Viviane Barci de Moraes. O caso ganhou tração após reportagens revelarem contratos milionários, contatos diretos com a cúpula do BC e reação imediata do Congresso.
O primeiro ponto veio à tona em 11 de dezembro, quando O Globo revelou que o Banco Master firmou contrato com o escritório de Viviane Barci para atuação junto ao Banco Central, Receita Federal e Congresso. O acordo previa pagamento total de até R$ 129 milhões, com parcelas mensais de R$ 3,6 milhões entre 2024 e 2027. Após a liquidação extrajudicial do banco, os repasses teriam sido interrompidos.
A crise escalou em 22 de dezembro, com a reportagem de Malu Gaspar, do O Globo, apontou que Alexandre de Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao menos quatro vezes para tratar de temas relacionados ao Master. As informações indicam contatos telefônicos e pelo menos uma reunião presencial. A revelação provocou reação no Congresso, com parlamentares anunciando a preparação de pedidos de impeachment contra o ministro e a discussão de uma CPI para apurar possível interferência indevida.
No dia 23, Moraes e o Banco Central se manifestaram oficialmente. O ministro afirmou que as reuniões com Galípolo trataram exclusivamente dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky contra ele e sua esposa, negando qualquer pressão ou conversa sobre a compra do Master pelo BRB. O BC confirmou os encontros com o ministro, limitando o tema às sanções internacionais. Moraes também negou telefonemas para tratar da operação e disse que o escritório de sua esposa jamais atuou no caso junto ao BC.
O pano de fundo do episódio é a tentativa frustrada de venda do Banco Master ao BRB, vetada pelo Banco Central em setembro por falta de comprovação de viabilidade econômico-financeira. Dois meses depois, o controlador do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal e passou a ser investigado por fraudes contra o sistema financeiro, encerrando um capítulo que segue sob forte escrutínio político e institucional.
Com informações da CNN




