A Avenida João Medeiros Filho e o Gancho de Igapó enfrentam problemas que não são desconhecidos para quem circula pela zona Norte de Natal. Entre buracos e lama, o caos impacta desde passageiros do transporte público, motoristas e até mesmo chega a causar prejuízos ao comércio localizado nas proximidades. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve na região durante a tarde desta terça-feira (9), enquanto trabalhadores atuavam nas obras.
De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER/RN), as intervenções na João Medeiros Filho deverão ser finalizadas nesta quarta-feira (10). Enquanto isso, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não respondeu um prazo para conclusão das atuais obras no Gancho de Igapó.
João Francisco Dantas, 49, é guia de turismo e mora nas proximidades da Praia da Redinha. Durante os deslocamentos da rotina, ele conta que já estourou a suspensão e cortou um pneu, acumulando um prejuízo de mais de R$ 1,2 mil, em razão dos constantes buracos que se abrem na Avenida João Medeiros. “Está insuportável.Essa situação já tem mais de cinco anos. Entra governo e sai governo, e continua a mesma coisa”, afirma.
A mesma reclamação é reiterada por Moises Jacó, 57, motorista de aplicativo. Morador da zona Norte durante pelo menos 40 anos, ele relata que evita utilizar a João Medeiros durante o trajeto das corridas. “É prejuízo. Natal inteira está assim, ninguém consegue andar mais sossegado”, desabafa.
Durante a presença da reportagem, uma equipe de pelo menos oito trabalhadores estavam realizando serviços na Avenida, como a retirada do asfalto em partes afetadas e o preenchimento com o novo pavimento. Os profissionais à serviço do DER/RN não puderam conceder entrevista, mas explicaram que os buracos na via estão relacionados ao grande acumulo de água na região.
De acordo com os terceirizados, após a baixa da concentração da chuva, foi constatado que o aumento do nível do Rio Doce continua trazendo água para a via em pelo menos seis pontos. Eles relatam que foram pelo menos três dias apenas bombeando os líquidos.
Já para quem precisa ir até Ceará Mirim ou São Gonçalo do Amarante, o Gancho de Igapó é um caminho quase que indispensável. Durante a tarde, existiam pelo menos 10 trabalhadores no local. O trecho da Avenida Bacharel Tomaz Ladim, que estava coberto por buracos e lama durante o último fim de semana, teve o serviço de asfalto concluído durante o começo da tarde desta terça-feira, enquanto a parte que seria uma rotária continuava com barro.
Maria José Ramiro, 33, é vendedora em uma loja nas proximidades do Gancho e utiliza o transporte público com frequência. Para conseguir chegar no horário, ela relata que precisa descer uma parada antes do seu destino por causa do grande congestionamento que se forma na região durante as obras. “É sempre uma dor de cabeça chegar aqui. São quase 10 minutos somente nesse trecho”, explica.
Ainda em 2023, o DNIT chegou a realizar uma licitação para a elaboração de um projeto básico e executivo de engenharia, com a construção de um túnel em ´Y´ no entroncamento da BR-101 com a RN-160, que compreende o Gancho de Igapó. O DNIT informou que, na época, a licitação foi declarada “fracassada”, mas que a continuidade da obra está sendo avaliada. “Tem-se a perspectiva de evoluir no processo de planejamento do empreendimento nos próximos meses”, explica em nota.
Deu na Tribuna do Norte