Deputados reagem à intriga de secretário com federações

Foto: João Gilberto

 

Deputados das bancadas da oposição analisaram as declarações, nas redes sociais, do secretário estadual da Administração, Pedro Lopes, de que o empresariado do Rio Grande do Norte não repassou para o preço final das mercadorias, depois que em dezembro do ano passado a Assembleia Legislativa manteve em 18% a alíquota do ICMS, derrubando o imposto de 20% como defendia o Governo do Estado.

O líder do bloco partidário PL/PP/MDB, deputado estadual Coronel Azevedo (PL) disse que “o governo do Estado deveria estar mais preocupado com a geração de emprego e renda para o povo potiguar”, porque os cidadãos potiguares “nunca estiveram tão endividados, nunca se viu tanta porta fechada de venda e aluga, comércio e portas fechadas”.

Para o Coronel Azevedo “isso é terrível, o setor produtivo tem que ser visto como aliado do governo, o governo tem que trabalhar de mãos dadas com quem empreende, com quem gera emprego e renda para o povo potiguar”.

Segundo o Coronel Azevedo, as declarações do secretário estadual da Administração “é mais uma demonstração do despreparo e da ineficácia das ações do governo Fátima Bezerra (PT), que está desaprovada em todas as regiões do Rio Grande do Norte, é um desastre em todas as áreas, na educação, estamos na lanterninha do Brasil, na saúde, filas intermináveis para exames, consultas e cirurgias, nas estradas e na infraestrutura lastimável, as piores posições do Brasil”.

Azevedo disse lamentar muito que o secretário Pedro Lopes “tenha se posicionado contra o setor produtivo, contra a geração de emprego e renda em nosso Estado”.

Já o deputado estadual Luiz Eduardo (SD) afirmou que o secretário Pedro Lopes “prestou um grande “desserviço” ao Rio Grande do Norte ao confrontar instituições sérias que estão 24 horas trabalhando pelo desenvolvimento e a geração de emprego no Estado”.

“Aqui fica minha indignação como empresário do turismo e meu repúdio como deputado estadual oriundo da cadeia produtiva”, declarou o deputado Luiz Eduardo, para quem, “infelizmente, a sensação que nos passa, é que o secretário fala com o coração e demonstra um sentimento negativo em relação à enorme multidão de empreendedores que opera em cadeia para salvar e manter seus pequenos negócios, assim como os postos de trabalho sustentados a um custo altíssimo da máquina pública”.

A avaliação de Luiz Eduardo é que o secretário “insiste em uma narrativa em defesa mais do seu partido, o PT, do que mesmo pelo conjunto da sociedade, formada por cerca de quase 3,5 milhões de habitantes”.

Na opinião de Luiz Eduardo, “em um momento tão complicado da nossa economia, quando há mais pessoas nos programas de assistência social do que com carteira assinada no nosso Estado, o secretário trata com beligerância, deselegância e animosidade o setor que, estruturalmente, pode corrigir essa lamentável situação de produtividade na sociedade potiguar”.

Luiz Eduardo também disse “lamentar muito a posição do secretário e fica o alerta de que na administração do Estado há alguém antipático e sem afinidade alguma para com o setor produtivo”.

Entidades aguardam audiência com governadora

Os ataques do secretário estadual da Administração, Pedro Lopes, ao empresariado, acusando-o de não repassar ao preço final de consumidor, o valor de mercadorias por eventual queda da inflação, geraram duas notas protestos de duas entidades empresariais – Federações das Indústrias (Fiern) e do Comércio e Turismo (Fecomércio), da Agricultura (Faern) e do Transporte (Fetronor).

As instituições também pediram e aguardam audiência com a governadora Fátima Bezerra (PT), que concordou em receber os dirigentes da Fiern e Fecomércio, na tentativa de atenuar a crise gerada pelas declarações do secretário Pedro Lopes, publicadas em rede social pessoal, dia 17.

“É momento de uma conversa direta, entre as instituições e a chefe do executivo, distanciando-se de um ambiente de provocações inócuas com fundamento político, via redes sociais, também relacionadas a um assunto já soberanamente decidido pela Assembleia Legislativa, representando os anseios da população do RN”, disse a nota assinada pelas federações.

Em nota divulgada dia 19, o governo do Estado informava que a data da audiência será divulgada em breve e reitera que o diálogo “contribui à implementação e avanços de diversas políticas de incentivo à economia, geração de empregos e desenvolvimento social”.

Líder do governo esperava redução nos preços

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Francisco do PT, não analisa diretamente a controvérsia entre o o secretário Pedro Lopes e as entidades representativas das empresas, mas disse que ”o discurso de quem defendeu a redução da alíquota de ICMS era de aumento da competitividade, atraindo empresas para nosso Estado e também tinha o argumento do aumento de produtos e serviços caso a alíquota fosse mantida em 20%”.

Então, acrescentou o deputado petista, “o que se esperava é que com a redução da alíquota a população sentisse os efeitos nos preços de produtos e serviços. E não há notícias de que isso esteja ocorrendo”.

O deputado situacionista Ubaldo Fernandes (PSDB) entende que “essa matéria já está ultrapassada, a página já virada, inclusive, certo que o Estado terá muitas dificuldades tendo em vista a redução do ICMS, mas o momento é de pacificação, as Federações da Indústria e a do Comércio e Turismo são segmentos importantes da economia produtiva do Rio Grande do Norte e têm importância muito grande nos debates e nas discussões relacionadas à economia do Rio Grande do Norte”.

Portanto, complementa Fernandes, “o momento agora é de trazer a Fecomércio, a Fiern e o trade turístico, enfim, a todos que geram economia do Rio Grande do Norte para que possamos debater os grandes desafios que o Estado terá no decorrer deste ano, esse é o meu ponto de vista”.

Deu na Tribuna do Norte

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