Sindicato dos delegados de polícia divulga nota de repúdio ao desfile da Vai-Vai

 

O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), representado pela presidente, Jacqueline Valadares, divulgou nesta segunda-feira (12) um manifesto de repúdio ao desfile da Vai-Vai no sambódromo do Anhembi, na capital paulista, na noite do último sábado (10). Segundo o comunicado divulgado à imprensa, a escola tratou “com escárnio a figura de agentes da lei”.

“Com direito a chifres e outros itens que remetiam à figura de um demônio, as alegorias utilizadas na ala ‘Sobrevivendo no Inferno’, demonizaram a Polícia —algo que causa extrema indignação”, destacou a nota.

“Ao adotar tal enredo, a escola de samba, em nome do que chama de ‘arte’ e de liberdade de expressão, afronta as forças de segurança pública, desrespeita e trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados que se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime, muitas vezes, sob condições precárias e adversas, ao custo de suas próprias vidas e famílias”, seguiu o comunicado.

A Vai-Vai foi a primeira a desfilar no Carnaval paulistano deste ano com um samba-enredo em homenagem aos 40 anos do movimento hip-hop.

A escola apresentou um passeio pelos anos 1970 e 1980, enchendo a avenida de empoderamento negro —com peruca black power em diversas fantasias— e referências ao hip-hop na cidade de São Paulo. Expoentes do movimento, como Nelson Triunfo, a cantora Negra Li e integrantes dos Racionais MC’s participaram do desfile.

O grupo do rapper Mano Brown —que acompanhou os puxadores do samba— foi homenageado em uma das alas, batizada com nome do álbum “Sobrevivendo no Inferno”, justamente a criticada pelo Sindpesp.

“O Sindpesp aguarda que a Vai-Vai, num momento de lucidez e de reflexão, reconheça que exagerou e incorreu em erro na ala em questão, e se retrate, publicamente. Não estamos falando, afinal, apenas dos policiais, sejam civis ou militares, mas, sobretudo, de uma instituição de Estado que representa e está a serviço de toda a sociedade bandeirante”, finalizou o sindicato.

Fonte: Folha de São Paulo

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