MORDOMIA NO GOVERNO FÁTIMA: Com votos contrários de minoritários, AGN cria cargo que vai custar R$ 424 mil por ano

 

Em assembleia com acionistas, a Agência de Fomento do Rio Grande do Norte S.A (AGN) aprovou a criação de mais uma diretoria a um custo anual de R$ 424 mil. A reunião, que ocorreu na manhã desta terça-feira (6), teve votos contrários de todos os acionistas minoritários presentes, mas o Governo do Estado, que possui 98,6% das ações, fez valer sua decisão e aprovou o novo cargo.

No dia 23 de janeiro foi enviada uma circular às entidades empresariais que são acionistas da AGN sobre da criação de um cargo diretor com vencimento mensal de R$ 32,65 mil. Na reunião desta terça-feira, participaram as Federações da Indústrias (Fiern), da Agricultura, Pecuária e Pesca (Faern), do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio) do Rio Grande do Norte, bem como o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado (Sindetur-RN). Todos votaram contra a criação.

Porém, com a decisão do Governo, ficou criada a Diretoria de Desenvolvimento, Estratégias e Negócios. A proposta de criação da diretoria já havia sido criticada pelos representantes das federações.

O presidente da Faern, José Álvares Vieira, disse que tinha preocupação com os números apresentados em reuniões e reiterado a necessidade de uma modernização, “mas sem criação de novos cargos na estrutura”. Para Vieira, a nova diretoria “representa um custo adicional desnecessário para uma agência cuja estrutura de recursos para financiamentos encontra-se bastante fragilizada”.

Já o presidente da Fiern, Roberto Serquiz, disse que “não vê como justificar a criação de uma diretoria de negócio, levando-se em conta que mais de 95% das operações de financiamento da AGN são de microcréditos”. Para Serquiz, ao invés da Agência de Fomento criar uma nova diretoria, a um custo anual de R$ 424.547,89, a AGN precisaria diminuir custeio”.

Missão da AGN

Dentro da matriz institucional do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, cabe à AGN a seguinte missão: “Fomentar o desenvolvimento econômico e sustentável do Rio Grande do Norte, promovendo a criação de emprego e renda, estimulando a modernização das estruturas econômicas e sociais, aumentando assim, a competitividade empresarial do Estado”. Com a seguinte visão de futuro: “Ser reconhecida como instituição de fomento competitiva, articuladora e indutora do desenvolvimento sustentável do RN, tornando-se referência no fomento aos negócios de microempreendedores”.

O principal objetivo da AGN é contribuir para o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte. Antes de sua instalação foi elaborado um estudo, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Federação das Indústrias do RN (Fiern), envolvendo o Projeto Conceitual da Agência. Os modelos operacional, financeiro e administrativo, além da análise de viabilidade econômica e o conjunto de planos, normas e diretrizes, asseguram o pleno cumprimento dos objetivos da AGN. Em nota, a AGN informa que em relação ao seu processo de modernização da estrutura organizacional, que “possui dotação orçamentária própria advinda de seu fluxo operacional enquanto instituição financeira destinada ao fomento e desenvolvimento”.

Segundo a nota da AGN, que é presidida pela ex-deputada estadual Márcia Maia, a mudança estrutural proposta, conforme premissas da modernização institucional, não obstante as necessárias adequações de perfis, missão, nomenclaturas e subordinação hierárquica, “não implicará aumento na quantidade de cargos na nova modelagem organizacional, exceção feita a criação do cargo na nova diretoria.

A AGN explica que a nova Diretoria objetiva a criação de uma estrutura específica de captação e ampliação de novos negócios em todas as áreas de atuação da instituição, conforme crescimento do número de financiamentos, tal qual do volume de recursos a ser liberado, mediante previsão indicada no planejamento estratégico institucional para 2024.

Deu na Tribuna

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