Janones é alvo de 2ª investigação por ‘rachadinha’

 

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) abriu um inquérito civil público para apurar as denúncias de rachadinha contra o deputado federal André Janones (Avante-MG).

Aberto pelo procurador da República Daniel Cesar Avelino, o processo pede a condenação do parlamentar mineiro por ato de improbidade administrativa. Janones pode ser condenado a perda de bens, pagamento de multa, ressarcimento aos cofres públicos e suspensão dos direitos políticos por até 14 anos.

Essa é a segunda investigação aberta na lista do parlamentar desde que o caso de rachadinha veio à tona. Em dezembro de 2023, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux autorizou a abertura de inquérito a pedido da vice-procuradoria-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, para apurar supostos crimes de associação criminosa, peculato e concussão.

Ainda em dezembro, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu um processo de cassação do mandato de Janones. No entanto, o Conselho de Ética preserva seu histórico de lentidão e de corporativismo.

Por meio das redes sociais, Janones publicou palavras de ataque contra a imprensa. Segundo o deputado, todos os assessores suspeitos de estarem envolvidos com a rachadinha, afirmaram de “nunca terem praticado ou presenciado a prática da rachadinha em meu gabinete.Além disso, TODOS ELES abriram mãos dos seus sigilos bancários, fiscais e telefônicos”. 

Janones ainda questiona o motivo da imprensa não ter publicado nada sobre os depoimentos dos assessores. “Porque será que a imprensa não divulgou uma linha sequer sobre isso? Está chegando a hora da verdade vir a tona! Aguardem, porque as próximas semanas prometem!”.

Rachadones

As suspeitas contra o parlamentar surgiram quando o portal de notícias Metrópoles divulgou um áudio em que Janones defendia o pagamento das suas despesas de campanha para os assessores.

Na conversa, gravada em fevereiro de 2019, o deputado mineiro disse que iria conversar com algumas pessoas para “ajudar a pagar as contas” de sua campanha à prefeitura de Ituiutaba, em 2016.

“Tem algumas pessoas aqui, com que eu ainda vou conversar em particular depois… Vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, disse o deputado.

“Eu perdi 675 mil reais na campanha. ‘Ah, isso é devolver salário e você tá chamando de outro nome’. Não é. Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser”, acrescentou.

Outro trecho do áudio mostrou o deputado sugerindo a criação de uma “vaquinha” mensal entre os servidores de seu gabinete na Câmara dos Deputados para financiar a campanha de seu grupo político em 2020.

Deu no Diário do Poder

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