China eleva o tom sobre reunificação na reta final de campanha eleitoral em Taiwan

Ditador chinês Xi Jinping, durante pronunciamento de Ano Novo, na TV chinesa| Foto: EFE

 

O ditador chinês Xi Jinping disse, neste domingo (31), em seu discurso de Ano Novo, que a China “certamente será reunificada”. Ele elevou o tom do discurso a cerca de duas semanas da realização de eleições presidenciais em Taiwan. O candidato favorito nas pesquisas eleitorais, Lai Ching-te, do Partido democrático, é favorável à independência da ilha.

“A reunificação da pátria é uma inevitabilidade histórica”, disse Xi em seu discurso.

A China não descarta o uso da força para reunificar Taiwan, que considera seu território, até 2049. Segundo analistas, uma invasão da ilha pela China poderia deflagrar uma guerra com os Estados Unidos.

“Todos os chineses de ambos os lados do Estreito de Taiwan devem estar vinculados a um senso comum de propósito e compartilhar a gloria do rejuvenescimento da nação chinesa”, disse Xi, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

Ele também disse que a economia chinesa conseguiu superar os desafios decorrentes da pandemia da Covid-19 e tornou-se mais resiliente e dinâmica. Mas não mencionou que o país sofre com uma bolha imobiliária e não tem conseguido revertar a queda no crescimento de seu produto interno bruto.

“Nós temos em 2024 as eleições em Taiwan, que são muito importantes, porque podem definir a postura que a China vai adotar em relação a Taiwan e isso tem reflexo para todo o mundo”, afimrou o analista militar Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, mestre em ciências militares pela Universidade de Defesa da China, durante o programa Assunto Capital.

A eleição presidencial em Taiwan está prevista para o dia 13 de janeiro. O candidato governista Lai Ching-te, que é vice-presidente da ilha, foi acusado por Pequim de ser um “teimoso trabalhador pela independência de Taiwan e um destruidor da paz”.

Já o candidato do partido de oposição Kuomintang, Hou Yu-ih, é favorável a uma aproximação com a China, embora negue ser pró-Pequim.

A China tem elevado seus exercícios militares na região de Taiwan e um confronto direto com os Estados Unidos não está descartado. Analistas afirmam porém que ainda há chance da reunificação ocorrer de forma pacífica, a depender das lideranças de Taiwan.

Deu na Gazeta do Povo

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