Governo Lula patina na construção de base e vê agenda paralisada por crise das MPs; lideranças temem ‘desastre’

 

O terceiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva completará 100 dias na segunda-feira, 10. Neste período, que costuma servir de parâmetro para uma espécie de cartão de visitas da gestão, o governo e suas lideranças enfrentaram – e ainda enfrentam – dificuldades para formar uma base sólida e robusta no Congresso Nacional. Mais do que isso, o Planalto patina na missão de impor sua agenda. Isto se torna evidente, por exemplo, na crise das medidas provisórias (MPs). Embora o impasse tenha como pano de fundo uma disputa explícita entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o Executivo federal foi arrastado para o centro do imbróglio, à medida que 12 MPs aguardam o aval dos congressistas e correm o risco de caducar, ou seja, perder a validade. Quando questionados sobre este cenário, os principais articuladores de Lula admitem um certo desconforto, mas ressaltam que o governo ainda não foi submetido a nenhum grande “teste do plenário”, expressão que tem sido utilizada para se referir à quantidade de votos que a gestão conseguirá arregimentar em votações. Os mais otimistas refutam esta tese e lembram que o Legislativo aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que deu ao governo, ainda não empossado, a autorização para aumentar em R$ 145 bilhões o teto de gastos no Orçamento de 2023 para bancar despesas como o Bolsa Família, o Auxílio Gás, a Farmácia Popular e outras políticas públicas.

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