As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Região Metropolitana de Natal estão superlotadas e atendendo acima da capacidade. Dois desses exemplos são as UPAs Aluízio Alves, em Macaíba, e a Geraldo Souza, em São José de Mipibu, que nesta quarta-feira (29) registraram grande movimentação.
Além disso, as UPAS sofrem ainda com a escassez de vagas nos hospitais públicos e não conseguem realizar transferências de pacientes.
Esse é o caso por exemplo da bebê Isabela, que tem menos de 20 dias de vida. Ela está internada na UPA Aluízio Alves, em Macaíba, e precisa ser transferida para uma UTI NeoNatal.
“Eu quero a saúde da minha filha, só isso. É minha primeira filha. Não quero outra coisa. Eu sou grande, posso ir para algum canto, outro hospital. Ela não sabe de nada, a bichinha está ali dentro, é um sofrimento muito grande. Sempre que eu entro para vê-la, eu fico com meu coração despedaçado, porque não sei o que fazer. Eu peço ajuda a um, a outro”, conta Bismarck Ferreira, pai de Isabela.
“O pessoal da UPA está me atendendo muito bem, eles estão fazendo a parte deles. Tem uma médica que fez de tudo. Minha filha estava praticamente no corredor e a médica conseguiu colocar ela na sala amarela, mas lá tem gente com dengue, chikungunya, todo tipo de doença”.
As principais causas dos atendimentos são arboviroses e síndromes respiratórias, segundo as direções das unidades. Diante da grande quantidade de antedimentos e internações, há uma piora também no serviço oferecido, o que preocupa muitas famílias.
“A gente pede uma urgência porque a gente está com medo de acontecer o pior. A gente está muito nervoso, apreensivo”, desabafou Joelma Dantas, que está com a mãe, Marineide Dantas, de 59 anos, internada na UPA de Macaíba.
Marineide infartou e está com edema no pulmão. Ela precisa ser transferida para uma UTI Cardiológica.
Segundo a direção da UPA de Macaíba, nesta semana a média de atendimentos foi de 200 pacientes por dia. Nesta quarta, estavam ocupados oito leitos na sala amarela, quatro na sala vermelha, além de dois pacientes em isolamento.
“Todas as UPAS estão superlotadas nesse momento, as unidade básicas estão superlotadas e cabe a nós buscar a melhor forma de atender com rapidez. E a rapidez nem sempre é entendida pela população”, explicou o diretor da UPA de Macaíba, Agustinho Azevedo.
Em São José de Mipibu, a UPA também sofre com a alta demanda. A agricultora Daiane Dantas está com a avó de 83 anos precisando ser transferida para um hospital de referência por causa de um nódulo na garganta. Além disso, a filha dela, de 1 ano e 2 meses, também precisou de uma sutura após ser mordida por um cachorro e não teve o atendimento necessário.
“Quando alguém veio atender ela, não tinha aparelho esterilizado, e não tinha uma linha de sutura. Pedimos um encaminhamento para outra unidade, não deram, e não passaram nada para dor. Eu fui com meu esposo para UPA de Parnamirim, que não tinha a injeção, mas atenderam a gente muito bem. E de lá a gente foi pra UPA da Esperança, onde ela recebeu atendimento”, explicou a agricultora Daiane Deise de Morais Dantas.
Informações do G1