Falando de futuro do Brasil e do RN

Por Ney Lopes de Souza

A eleição de 2022 começa a preocupar os brasileiros, o que é muito bom para reflexões que conduzam ao voto consciente. Independente de preferências partidárias, discute-se prioritariamente a crise econômica.

Sabe-se, que as causas não estão em nosso país, mas refletem a herança recebida de outros governos e problemas globais.

Entretanto, não é possível deixar de considerar, por exemplo, a necessidade de alívio no preço dos combustíveis.

O quadro atual reduz o poder de compra e aumenta a desigualdade social. Os preços pagos pelos brasileiros são em “dólar”, pelo fato da vinculação automática que é feita às flutuações do barril de petróleo no mercado internacional e do câmbio.

O brasileiro gasta, em média, R$ 2.013,08 por mês para rodar e fazer manutenção de um carro compacto seminovo.

Enquanto isso, a Petrobras teve lucro de R$ 44,6 bilhões no primeiro trimestre, pagando aos acionistas dividendos, que totalizam R$ 48.5 bilhões, “sem incidência de imposto de renda”. Verdadeiro absurdo.

Outro gargalo é o aumento do número de pessoas endividadas. Cerca de 65,69 milhões de brasileiros estão irregulares. Isso não acontecia, desde março de 2020.

A inadimplência se concentra em débitos bancários e cartões de créditos, como forma de sobrevivência de desempregados e carentes. Somam-se as contas básicas do cidadão, como energia, água e gás.

Cerca de 83% das pessoas têm medo de perder o plano de saúde, por não poderem arcar com os reajustes. https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1463666&o=rsshttps://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1463666&o=rss

A classe média é mortalmente atingida.

A luz do farol que possa iluminar o futuro do país e do nosso RN, destina-se a tornar visíveis as propostas consistentes, que gerem a esperança concreta de ser possível enfrentar para valer o ciclo de fracassos no combate à desigualdade e à ineficiência dos serviços públicos.

O estado democrático não pode ser o “papai Noel” a distribuir benesses, mas não se justifica a ortodoxia econômica de trabalhar com números estatísticos da economia e por em risco as vidas humanas.

Na educação, a resposta será a qualificação profissional para geração de oportunidades.

Essa prioridade promove a inclusão produtiva de empreendedores, que saem das escolas e universidades e assegura a empregabilidade em espaços urbanos nas camadas sociais de menor renda.

No sistema de saúde, o objetivo é torná-lo eficiente e sustentável. A viabilidade exigeinvestimento em tecnologias, que auxiliem no tratamento, prevenção de doenças e também cuidados com o meio ambiente, além de avanços na “inteligência artificial”.

A consolidação do agronegócio brasileiro coloca em destaque a produção do algodão, soja em grão, carne de frango, açúcar, milho e celulose, produtos que indicam maior potencial de crescimento das exportações.

A reinserção do país na agenda dos desafios globais significará a política externa voltada para o interesse nacional e o multilateralismo. A criação de um mercado de carbono, como prometido pelo governo, seria um passo fundamental.

Em relação ao RN, falta a classe política debater um projeto novo, que mude a realidade de pobreza e desalento das populações desassistidas.

Nada produz chorar o leite derramado, ou insultos e acusações. Deve-se buscar soluções, sem preconceitos.

Muitas inovações poderiam ser sugeridas.

Cito uma delas.

O nosso Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis e o Instituto SENAI de Inovação, dirigido pelo competente engenheiro Rodrigo Diniz de Mello, referência nacional nas áreas de energias renováveis,  demonstrou em pesquisa a existência no litoral norte-rio-grandense de um potencial de fornecimento de energia eólica “off shore” (no mar), próximo de 100%  do total da atual oferta  de energia no país (hidrelétrica, termoelétrica, eólica, nuclear e solar), que corresponde  a 180 gigawatts em operação.

O caminho será usar essa energia captada no mar e transformá-la em hidrogênio para exportação.

Ações compartilhadas do governo e a iniciativa privada trarão avanços tecnológicos, oferta de empregos de excelente remuneração, divisas e impostos diretos e indiretos.

Chega a hora dos pré-candidatos assumirem compromissos em níveis de governo e legislativo. Isso é o que espera a cidadania.

O resto é conversa afiada.

 

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

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