Moro condena ataques ao STF e se abstem sobre escolha entre Lula e Bolsonaro no 2º turno

 

O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro comentou sobre a ação movida por militantes do PT, na qual se tornou réu nesta terça, 24, se absteve de escolher entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula em uma eventual disputa no segundo turno das eleições de 2022 e condenou ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante entrevista ao ‘Jornal Jovem Pan’, da Jovem Pan News.

Ao ser perguntado sobre o provável segundo turno entre Lula, que condenou quando era juiz, e Bolsonaro, de cujo governo fez parte mas saiu acusando de interferir na Polícia Federal, ele disse ser muito cedo para escolher. “Não tenho como falar pelo União Brasil, e seria antecipar muito o segundo turno”, disse Moro, relembrando que o partido do qual faz parte oficialmente tem Luciano Bivar, presidente da legenda, como candidato ao cargo máximo da República.

Perguntado se seria candidato ao Senado, Moro disse que tomaria a decisão no tempo oportuno, e, em outro momento, explicou que ainda pode não ser candidato a nada, já que tudo terá que ser decidido em conjunto com o União Brasil. Sobre a ação movida por um grupo de petistas, que pede indenização por perdas na Petrobras, Moro disse estar tranquilo.

“[Essa] Ação é ridícula, não causa nenhuma preocupação. Quem causou prejuízo à economia, ao país, foram os governos do PT. O país entrou em recessão profunda ali em 2014, e não saiu até hoje, só começou a se recuperar no governo Temer. É uma tentativa do PT de jogar fumaça”, desdenhou.

Moro ainda disse ter críticas a decisões recentes do STF, mas ressaltou que não concorda com ataques aos ministros ou à instituição.

“Eu tenho sido claro nas críticas ao Supremo. O Supremo cometeu um baita erro quando anulou as condenações do ex-presidente Lula, e também errou quando revogou a prisão após segunda instância, que era um instrumento importante de combate à criminalidade, e acabou soltando um monte de criminoso. Errou quando anulou a condenação de Eduardo Cunha. Essas decisões são lamentáveis, muitas proferidas pela 2ª Turma. No entanto, não posso deixar de lembrar que existem votos vencidos, e não concordo em atacar a instituição. Se esperava muito do Supremo que sustentasse esse combate à corrupção. Mas não concordo com ataques pessoais a ministros ou à instituição. Se o Supremo está tomando essas decisões com as quais não concordamos e que parte da sociedade não concorda, temos que estudar maneiras de melhorar o STF, eventualmente reformar, mas ataques pessoais não agregam. Também temos que recuperar os debates no Congresso. A crítica é importante, mas a gente precisa ter propostas e levar essas propostas adiante”, opinou o ex-juiz.

Deu na Jovem Pan

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