Marcos do Val defende fim dos supersalários, mas diz que parlamentares ‘têm receio’ do Judiciário

 

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) defende o fim dos supersalários e privilégios no âmbito de todos os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Autor do Projeto de Lei 107/2021, o parlamentar afirma que embora seja um tema polêmico, especialmente para um ano eleitoral, é preciso avançar no debate.

“São privilégios. Estamos em um momento do país muito delicado para debater sobre qualquer possibilidade de reajuste, isso inclui nós do Congresso Nacional. Não é uma coisa só para magistrados ou setores do governo, é para todos, inclusive para nós parlamentares”, defendeu o parlamentar, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.  Na visão do senador, o melhor caminho seria primar pela meritocracia no serviço público. Ele considera que o sistema de valorização profissional considerando o desempenho individual de cada funcionário seria um “divisor de águas dentro do governo”.

“Comecei a fazer isso dentro do meu gabinete e sou totalmente favorável a esse ponto. Tem alguns funcionários efetivos que por conta da estabilidade sentam e não tem preocupação de perder o cargo, não são todos. Também tem aqueles de cargos comissionados que se matam de trabalhar por receio de serem exonerados a qualquer momento. No meu gabinete, fiz acordo durante a pandemia de todo mundo reduzir o salário para que pudesse não dispensar quatro [funcionários]. Achei que em plena pandemia desempregar quatro seria pior ainda e pós-pandemia debatemos exatamente essa questão de meritocracia, é o que estamos fazendo”, comentou.

Mesmo defendendo a importância do “pacto social” pelo fim dos supersalários e privilégios, Marcos do Val reconhece que há resistências para o andamento do projeto, por uma “pressão velada” e medo dos parlamentares. “Tem muitos senadores, deputados, que recuam temerosos porque podem ter processos, não são culpados mas por questões políticas, eles têm receio de validar, de apoiar, porque os juízes, seja da primeira, segunda ou terceira instância, acabam fazendo uma pressão velada. Realmente, é uma caixa de pandora e todo mundo tem muito receio de se prejudicar”, finalizou.

Deu na Jovem Pan

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