STF não para de interferir e legislar por quem foi eleito pelo povo, diz Eduardo Girão

 

O senador Eduardo Girão (Podemos) disse estar “perplexo” com a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou seis queixas-crime contra o senador Jorge Kajuru por  injúria e difamação contra parlamentares. Na visão de Girão, embora o colega tenha feito “colocações pesadas”, caberia ao Senado Federal decidir sobre o tema, não ao Judiciário. “A Comissão de Ética está no Senado Federal para analisar excessos e punir com perda de mandato, suspensão. Deveria deixar a Casa resolver. O Supremo não para de interferir, de avançar, de legislar por quem foi eleito diretamente pelo povo. O Supremo é fundamental, mas o Senado está sendo omisso e isso é muito perigoso para democracia e paz do Brasil que a gente deve preservar”, mencionou o senador ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.

Eduardo Girão enxerga no caso Kajuru a “tempestade perfeita” para a Suprema Corte, contrariada pelo indulto penal do presidente Jair Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira, condenado pelos ministros a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado. Ele enxerga o que chama de “escalada autoritária sem fim” do STF e afirma que a decisão contra Jorge Kajuru transcende a posição de qualquer partido. ” O que está em jogo é a mordaça aos parlamentares. Está muito claro no artigo 53 da Constituição Federal: o parlamentar eleito diretamente pelo povo não está falando por ele, está representando as pessoas do seu Estado, ele tem por quaisquer palavras, votos e opiniões. O que o Supremo fez foi mandar um recado e dizer que quem manda no Brasil são eles. E que ninguém tenha dúvida”, mencionou.

“Pinçaram Kajuru porque ele assina Comissão Parlamentar de Inquérito da Lava Toga, pedido de impeachment de ministros do STF, ele faz críticas fortes. […] Por que não se trouxe para a Comissão de Ética? Era a tempestade perfeita que o Supremo queria, ele foi provocado”, acrescentou. O Supremo Tribunal Federal tornou Jorge Kajuru réu por manifestações feitas nas redes sociais. Em transmissão ao vivo, o político chamou o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) de “pateta bilionário” e  insultou o ex-secretário de transportes de SP, Alexandre Baldy, a quem ele chamou de “bandido” e “rei do toma lá dá cá”. Com isso, seis queixas-crime foram aceitas e o senador promete recorrer.

Informações da Jovem Pan

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