Tenho visto, infelizmente, e é até chato atestar como verdade, eleitores de Lula em nosso convívio. São amigos, pessoas boas, honestas, simples, trabalhadoras, entusiasmadas, confiantes, convencidas, mas também desconfiadas. Elas gostam da imagem que possuem do ex-presidente e também das lembranças do seu governo.
Acreditam na ideia das frases prontas como ‘No tempo dele…’, ou ‘O melhor Presidente que o Brasil teve’, até mesmo dizem que ‘Ele é inocente’. Soma-se a esta ilusão pronta e repetida a imagem de que a esquerda defende mulheres, negros, pobres, comunidades LGBTs, índios, natureza, democracia, trabalhadores, justiça social ou qualquer outra coisa que o cidadão de bom senso também defende.
Continuam a jogar na facilidade das promessas e na verborragia gratuita de suas lideranças desavergonhadas, apostando que ainda seja possível conseguir ludibriar a maior parte da sociedade. Os eleitores de Lula estão entre os que ainda se deixam levar, só que já não são a maioria. O tempo passou e continua a passar. A informação já não tem dono. A mídia tradicional que sempre foi parte do grotesco drama da exploração à ignorância morreu, só ainda não foi enterrada. Ela ainda alimenta com caras e bocas, pesquisas encomendadas e narrativas inesgotáveis o mal em sua estada na UTI da história, mas sem a mínima credibilidade.
Ser de esquerda, revolucionário, progressista, ativista e afins, já não atrai, pelo contrário, virou sinal de pessoas sem conhecimento, sócias da malandragem e, pior, condescendentes com a corrupção. Não devemos as ver com maus olhos, nem as tornar inimigas. Basta esperarmos a hora que elas também abrirão seus olhos e se somarão a todos nós na luta por um Brasil grande.
Sérgio Levy é Jornalista