Lula e Bolsonaro : Quem ganha e quem perde votos

Por Ney Lopes de Souza

Uma realidade salta aos olhos: a seis meses da eleição não há chance da terceira via viável.

Prevaleceram os “egos” inflados e “desaforos” recíprocos entre pré-candidatos. A perspectiva é que ocorra plebiscito entre Lula e Bolsonaro, sendo possível a decisão no primeiro turno.

Muita água ainda vai rolar. Hoje, quem ganha, ou perde, com as oscilações nas pesquisas?

Votos I– Pesquisas confiáveis já mostram “migração” de votos, para Bolsonaro e Lula.

O crescimento do presidente, apontado no Datafolha, de 22% para 26% em março, ocorre no mesmo momento, em que Sérgio Moro e João Dória caem três pontos.

A hipótese é que eleitores arrependidos do atual presidente façam o caminho de volta e optem pelo “voto útil” para derrotar Lula.

Votos II – Já Lula poderá herdar votos de Ciro, embora o pedetista não desista. T

odavia, na véspera do pleito, o “voto útil” poderá favorecer o petista, para derrotar Bolsonaro.

Fenômeno – Há um dado importante, que confirma tais prognósticos.

Segundo o Datafolha, 78% dos eleitores de Lula e 80% dos de Bolsonaro afirmam que não mudarão de voto.

Entretanto, a maioria dos eleitores de Moro, Ciro e Dória admite mudar: 63% (do ex-juiz); 72% de Ciro e 76% de Dória.

Tendência – Em princípio, o mais favorecido seria Bolsonaro, que herdaria fatias de Moro e Dória.

Há um grande obstáculo, que são os 55% de rejeição de Bolsonaro, contra 43% de Lula.

Com a economia em crise, tudo complica a reeleição.

Precedentes – Bolsonaro tem apenas 25% de “bom e ótimo”, na avaliação do seu governo.

Nas eleições passadas, todos os reeleitos estavam pelo menos 10 pontos à frente, nos seis meses antes da eleição.

Em 2006, ano em que se reelegeu, Lula tinha um índice de 38% nesse quesito, o mesmo patamar de FHC em 1998.

Dilma Rousseff registrava 36% de “bom e ótimo” em 2014.

Voto útil – Sabe-se que é complicado falar em voto útil.

Afinal, 180 dias restantes são muito tempo em política.

O que não se nega é que os sinais vêm das pesquisas, embora alguns só acredite nelas, quando lhes são favoráveis.

Se nada mudar nas sondagens, como diria o saudoso Jurandy Nóbrega, “quem for vivo verá! ”.

 

 

 

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

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