Um levantamento recente revelou que 59 dos 167 (35,3%) municípios do Rio Grande do Norte têm mais eleitores cadastrados do que habitantes, uma situação peculiar que desperta a atenção para questões relacionadas ao domicílio eleitoral. O fenômeno é mais evidente em cidades menores, onde muitas vezes os eleitores mantêm vínculos afetivos ou familiares, mesmo residindo em outros locais.
O município de Tibau, localizado na região da Costa Branca, é o caso que mais chama a atenção, com um número de eleitores 84% maior do que o de moradores. A cidade, que tem 5.382 habitantes, conta com 9.919 eleitores registrados. A explicação para essa discrepância reside na característica de Tibau como cidade-praia, onde muitas pessoas possuem casas de veraneio e mantêm seu título eleitoral mesmo residindo principalmente em Mossoró ou outras cidades.
Outras cidades do interior do Estado seguem a mesma tendência. Em Bodó, por exemplo, o número de eleitores supera em 66% o de habitantes. O município, localizado na Serra de Santana, tem 2.306 moradores, mas 3.824 eleitores. Situação semelhante ocorre em João Dias, na região Oeste, onde há 59% mais eleitores do que moradores.
Entre os dez municípios com maior diferença entre eleitores e habitantes, também se estão Passagem (49% a mais), Pedra Preta (39% a mais), e Galinhos (37% a mais). Essa situação não é ilegal e está amparada pela legislação eleitoral vigente, que permite o cadastro do domicílio eleitoral baseado não apenas no vínculo residencial, mas também em laços afetivos, familiares, profissionais ou comunitários.
Fonte: O Poti News