Onças se abrigam em manilhas para tentar fugir de fogo no Pantanal

Onças se abrigam em manilhas para tentar fugir de fogo no Pantanal
Reprodução

 

Em meio ao aumento preocupante das queimadas no Pantanal, duas onças-pintadas, conhecidas como Divino e Timburé, foram encontradas buscando abrigo no interior de manilhas de concreto.

A cena, registrada pela ONG Onçafari, que monitora esses animais, escala o impacto severo que os incêndios estão tendo sobre a fauna local. As onças foram vistas dividindo espaço com uma jaguatirica, em uma tentativa desesperada de escapar das chamas que consomem seu habitat.

A situação das onças é emblemática do pior cenário de incêndios no Pantanal desde o início da série histórica, superando até mesmo os trágicos eventos de 2020, conhecido como o ‘ano do fogo’. Nos primeiros seis meses deste ano, o número de focos de incêndio no bioma chegou a 4.696, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), representando um aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2020. Apesar das chuvas em agosto, o fogo continua a devastar regiões importantes do Pantanal.

A Onçafari, ao publicar as imagens nas redes sociais, explicou que o fogo tem dificultado a busca por abrigo para muitos animais, que recorrem às manilhas por serem locais mais frescos e protegidos.

No caso dos machos Divino e Timburé, eles inicialmente dividiram uma mesma manilha, mas logo um deles se deslocou para outra, onde encontrou uma jaguatirica. Embora tenha havido um breve confronto entre os animais, o instinto de sobrevivência prevaleceu, e a tensão foi rapidamente substituída por uma coexistência pacífica.

A crise ambiental no Pantanal tem gerado respostas insuficientes por parte do governo Lula. Na última semana, o presidente da República visitou o bioma pela primeira vez desde que os incêndios começaram a se intensificar.

Mesmo diante dos questionamentos, o Ministério do Meio Ambiente diz que cerca de 890 profissionais estão envolvidos nas operações de combate ao fogo, incluindo membros das Forças Armadas, do Ibama, do ICMBio, da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal. Além disso, 15 aeronaves e 33 embarcações estão sendo utilizadas nas ações de controle dos incêndios.

Deu no O Globo

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