Inflação argentina desacelera e fica em 4% em julho

Foto: Agustin Marcarian/Reuters

 

inflação da Argentina ficou em 4% em julho, apontou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país.

Em relação a junho, quando a inflação ficou em 4,6%, os preços caíram 0,6 ponto percentual (p.p.) — o que mostra uma desaceleração na taxa.

Em 12 meses, o aumento dos preços chegou a 263,4%. O acumulado também é menor do que o mês de junho, quando era de 271,5%.

O setor de maior alta em julho foi o de Restaurantes e Hotéis (6,5%). Na sequência, ficaram Bebidas Alcoólicas e Tabaco (6,1%), Habitação, Água, Eletricidade, Gás e Outros Combustíveis (6%), Saúde (5,8%) e Recreação e Cultura (5,7%).

Argentina, sob o comando do presidente ultraliberal Javier Milei, passa por um forte ajuste da economia. O país vinha enfrentando uma forte recessão econômica, e o novo presidente promoveu um amplo corte de gastos públicos.

Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados. Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais.

Quando o incentivo foi retirado, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor. Mas, logo no primeiro trimestre deste ano, o presidente conseguiu o primeiro superávit desde 2008. O objetivo de Milei é alcançar o “déficit zero” para o fim de 2024.

A inflação do país também desacelerou, dos 25,5% registrados em dezembro aos 4% calculados em julho. Parte da queda no índice, contudo, também tem sido atribuída à diminuição de potencial de consumo entre os argentinos, além de medidas para redução de impressão de dinheiro.

Argentinos ouvidos pela agência de notícias Reuters destacaram que a queda nas taxas ainda não reflete uma diminuição dos preços de serviços públicos, transporte e de alimentos. E o salário mínimo de 262,4 mil pesos (US$ 278,7) não conseguiu acompanhar a inflação anual de três dígitos.

A consequência é uma intensificação da pobreza no país: são 12,3 milhões dos argentinos abaixo da linha da pobreza (41,7% da população), segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).

Outro problema está na atividade econômica. Com o ajuste promovido pelo governo, o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina recuou 5,1% no 1º trimestre em comparação com o mesmo período de 2023.

Fonte: Estadão

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