Rússia realiza ‘maior troca de presos dos últimos tempos’ com o Ocidente, libertando repórter e ex-fuzileiro naval americanos

Rússia liberta repórter e ex-fuzileiro naval americanos na 'maior troca de  presos dos últimos tempos' com Ocidente
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ReproduçãoA Rússia libertou o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, nesta quinta-feira (1), em uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos, conforme confirmado pelo jornal norte-americano.

Gershkovich, 32 anos, foi entregue a autoridades norte-americanas em um aeroporto em Ancara, Turquia. O ex-fuzileiro naval Paul Whelan, detido na Rússia por espionagem, também foi liberado.

Ao todo, cerca de 24 prisioneiros de 7 países foram trocados, em uma medida negociada com mediação da Turquia, Alemanha, Polônia, Eslovênia e Noruega, sendo a maior troca desde a Guerra Fria. Os prisioneiros norte-americanos liberados pela Rússia incluem:

  • Evan Gershkovich, jornalista do Wall Street Journal;
    Paul Whelan, ex-fuzileiro naval;
  • Alsu Kurmasheva, jornalista russa-americana da Radio Free Europe/Radio Liberty;
  • Vladimir Kara-Murza, político e jornalista crítico de Vladimir Putin, com residência permanente nos EUA.

Em comunicado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, celebrou a troca de prisioneiros. “Sou grato aos nossos aliados que permaneceram conosco durante negociações difíceis e complexas para alcançar esse resultado […]. Esse é um exemplo poderoso de por que é vital ter amigos neste mundo em quem você pode confiar e depender. Nossas alianças tornam os norte-americanos mais seguros”, afirmou Biden.

Entenda o caso

Gershkovich foi preso em março de 2023 sob acusações de espionagem enquanto realizava uma reportagem em Yekaterinburg, a cerca de 1.448 km a leste de Moscou.

As acusações, confirmadas pelos promotores russos em junho, alegaram que ele estava coletando informações sobre uma fábrica bélica para a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA).

Segundo o FSB (Serviço Federal de Segurança da Rússia), o jornalista “estava agindo sob ordens do lado norte-americano para coletar informações sobre as atividades de uma das empresas do complexo industrial militar russo, que constituem um segredo de Estado”.

O Wall Street Journal afirmou que Gershkovich tinha o credenciamento do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para trabalhar no país e morava em Moscou há 6 anos. No entanto, a porta-voz do órgão russo, Maria Zakharova, afirmou que o repórter estava usando suas credenciais para “atividades que nada têm a ver com jornalismo”.

Em 19 de julho, Gershkovich foi condenado a 16 anos de prisão. O julgamento, que durou apenas 3 dias, foi criticado pelo governo dos Estados Unidos, que alegou falta de provas e violação dos direitos básicos de defesa.

Deu no Estadão

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