A taxa de sindicalização dos trabalhadores brasileiros caiu pela metade de 2012 a 2023. São 8,4% dos ocupados que estão ligados a algum sindicato contra 16,1% em 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) sobre as características do mercado de trabalho, divulgada ontem pelo IBGE.
O mesmo levantamento mostra que o trabalhador está mais instruído: 23,1% (23,2 milhões) tinham ensino superior completo no ano passado. Há 11 anos, eram 14,1%. E houve redução da parcela de trabalhadores sem instrução ou com fundamental incompleto, que caiu de 32,6% em 2012 e 20,1% em 2023.
Mercado de trabalho — Foto: Criação O Globo
Na filiação aos sindicatos, segundo o IBGE, a Reforma Trabalhista de 2017, que criou modelos de trabalho mais flexíveis, e o uso crescente de trabalhadores temporários na administração pública são fatores que explicam a queda na parcela de sindicalizados num momento em que o emprego formal está crescendo.
O número de trabalhadores com carteira assinada bateu recorde em 2023, mesmo assim, a parcela dos sindicalizados entre o total de ocupados caiu em relação a 2022, quando era 9,2%.
O IBGE chamou a atenção para a queda mais acentuada entre os jovens. Na faixa etária de 18 a 24 anos, a população ocupada recuou 8,7% no Brasil, mas o número de trabalhadores sindicalizados nessa faixa etária recuou 73,4%.