No Vaticano, Haddad defende taxar super-ricos para combater mudanças climáticas e busca apoio do papa Francisco

Foto: Diogo Zacarias/MF

Em um evento realizado no Vaticano nesta quarta-feira (5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a necessidade de uma taxação global dos super-ricos como medida essencial para combater a desigualdade mundial e financiar o combate às mudanças climáticas. Haddad, que se encontrou com o ministro da Economia e Finanças da Itália, Giancarlo Giorgietti, destacou a urgência de “repensar os órgãos multilaterais e os financiamentos internacionais diante da fragilidade fiscal dos estados nacionais”. Ele enfatizou que a taxação dos super-ricos é um passo significativo para enfrentar as desigualdades e as crises climáticas globais. “A proposta implica numa cooperação global para além das relações bilaterais entre blocos e países. São apenas 3.000 super ricos em todo mundo”, observou o ministro. “Os Estados nacionais estão endividados, com fragilidade fiscal. A taxação dos super-ricos coloca uma questão: enfrentar a desigualdade.”

Durante sua participação na conferência “Enfrentar a Crise da Dívida no Sul”, Haddad discutiu propostas de dívida internacional e reformas fiscais com representantes de diversos países. Ele ressaltou que a cooperação internacional é crucial para que a proposta de taxação seja eficaz. “Se não for em escala global, o tributo sobre os super-bilionários não será eficaz. É um começo de uma jornada”, declarou. O petista destacou a tragédia climática e humanitária no Rio Grande do Sul para reforçar a necessidade de uma cooperação global para combater as mudanças climáticas.

O ministro tem uma audiência marcada com o papa Francisco nesta quinta-feira (6). Ele busca o apoio do pontífice, tido como entusiasta de pautas progressistas, para promover a proposta de tributação dos super-ricos. A equipe econômica de Haddad, em parceria com a vencedora do Prêmio Nobel de Economia Esther Duflo e o economista Gabriel Zucman, está desenvolvendo um sistema tributário internacional que prevê uma alíquota de 15% para grandes corporações e um imposto de 2% sobre a riqueza total dos multimilionários. Os valores arrecadados seriam destinados a um fundo social para combater a pobreza e financiar projetos ambientais.

Publicada por Felipe Cerqueira

Deu na JP News

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