Num shopping qualquer me deparo com a seguinte cena do cotidiano moderno, um garotinho com cerca de quatro anos na frente preso a um arnês de segurança, tipo uma cordinha para a criança não fugir do pai, que na outra mão segurava o celular.
Um pouco atrás, quase do lado do marido, a esposa com um cãozinho yorkshire terrier no colo, enquanto a babá empurrava o carrinho com uma bebezinha linda.
Acham essa cena normal? Um menininho puxado por uma cordinha, a mãe acalentando o cãozinho no colo, enquanto a babá cuidava de levar num carrinho a filha recém nascida?
Não é normal, mesmo que seja comum hoje em dia. Tem mais, antes os nossos queridos cães e gatos tinham nomes de cães e gatos e não nomes de pessoas.
No passado, segundo o folclorista potiguar Câmara Cascudo, os cães recebiam nome de peixe em razão da crendice que o nome de peixe protegia o cachorrinho da doença da raiva.
No romance “Vidas Secas”, escrito em 1938 por Graciliano Ramos temos a personagem Baleia, uma cadelinha incrível e comovente, que hoje com certeza receberia qualquer nome, de preferência composto, que costumamos batizar nossos filhos.
Aliás, para muita gente os bichinhos de estimação são parentes, além de defenderem que as pessoas não devam mais dizer que são donas, mas sim tutores dos animais, bem como, segundo os mesmos, não podemos dizer que compramos um animal, mas sim, adotamos.
Ainda me lembro que no início da década de 90, no governo Collor, o ex-ministro do trabalho, Rogério Magri foi ridicularizado quando disse: “A cachorra é uma ser humano como qualquer outro”. Hoje com certeza não seria motivo de piada, mas de aplausos.
Uma das teses do surgimento do Covid 19 vem da mutação do vírus que contaminava algumas espécies de mamíferos, mas hoje me deparo com várias notícias curiosas.
A primeira, do jornal o Globo de 4 de janeiro deste ano, onde cientistas apresentaram estudo mostrando que humanos passaram Covid-19 para cervos, veados, as renas do “papai Noel” e a transmissão entre eles está descontrolada.
A segunda notícia, da CNN Brasil de 3 de julho de 2021, noticiou que animais de estimação estão contraindo Covid-19 de humanos, onde cerca de 17% dos animais testados apresentaram anticorpos para Covid-19, sugerindo que haviam sido infectados.
Por último, que no Chile, segundo matéria do G1 do dia 4 de janeiro deste novo ano, um zoológico começou a vacinar animais contra a Covid-19.
Ou seja, os humanos foram vacinados com as vacinas experimentais primeiro que os animais, quando no passado o costume era as cobaias serem os animais. Interessante, parece o filme “planta dos macacos” de 1968 com o saudoso Charlton Heston.
Não é a primeira vez que os animais ganham destaque na sociedade humana, o imperador romano Calígula, por exemplo, nomeou seu cavalo de estimação, Incitato, como Senador, mas essa de exigir vacinação experimental até em crianças só consigo me lembrar das atrocidades do nazismo.
Destaco de cara, todo mundo é a favor de vacinas e reconhece a importância das vacinas no enfrentamento desta pandemia terrível, mas isso não pode justificar o autoritarismo sanitário de impor até em crianças uma vacina experimental sob pena de restrição de direitos.
Ainda mais que o passaporte vacinal é absolutamente ineficaz, haja vista que uma estação belga de pesquisa científica na Antártida enfrentou um surto de covid-19, apesar de todos estarem totalmente vacinados e o local estar em uma das regiões mais remotas do mundo.
Assim como, o cruzeiro cancelado depois de 33 passageiros apresentarem COVID-19, mesmo vacinados e testados. A variante ômicron que vem fazendo crescer os casos de COVID-19 no mundo, não escolhe vacinado ou não vacinado, o jogador Lionel Messi, vacinado, teve resultado positivo.
Mas e a ciência? Alegam sempre a ciência para justificar arbitrariedades sanitárias, mas a ciência está dizendo, como noticiou a grande imprensa, que animais mamíferos podem ser contaminados por humanos e vice e versa, logo vamos exigir passaporte sanitário para nossos queridos cães e gatos? E os animais silvestres, selvagens e os abandonados nas ruas das cidades, sem falar nos ratos?
Sugiro muita cautela, muita sabedoria, muita prudência, ainda mais quando se fala em vacinação infantil. Toda vida tem importância, mas alguém sabe dizer se os raros casos de óbitos registrados em crianças com idade entre 5 a 11 anos foram em crianças saudáveis ou com comorbidades?
Por fim, vamos seguir a ciência sem politização e desculpa esfarrapada para controle social de massas, a liberdade não pode ser atacada com justificativas falsas.
Eu me vacinei, tomo remédio, qualquer coisa que me livre dessa praga maldita, mas tenho que respeitar quem não se sente à vontade de se vacinar. Gente não é bicho, mesmo que muitos queiram transformar animais em gente.
Esse é mesmo, um mundo cão!!
Renato Cunha Lima é administrador de empresas, empresário e escritor