A polícia civil de Pernambuco deverá investigar se foi criminoso o incêndio que destruiu a casa do recém-eleito presidente do União Brasil, advogado Antonio de Rueda, com as ameaças de que foram vítimas ele próprio e sua família, proferidas pelo deputado Luciano Bivar (União-PE), inconformado com sua iminente destituição da presidência do partido.
Foram incendiadas as casas de Rueda e de sua irmã, também eleita para o cargo de tesoureira nacional do União Brasil. Os imóveis sinistrados se localizam em um condomínio de casas de veraneio localizadas na Praia do Coquinho, em Pernambuco.
O condomínio Maria de Aquiraz foi idealizado e construído por Pedro Petribu, cunhado de Luciano Bivar, que possui propriedades no local, onde tem livre acesso. Foi Bivar quem convenceu Rueda e sua irmã a investirem no condomínio, quando mantinham bom relacionamento.
Bivar reagiu à perda de poder
Antonio de Rueda era vice-presidente do União Brasil e teve seu nome apoiado por unanimidade pela executiva nacional do partido, que desistiu de destituir Bivar da presidência, no ano passado, em troca de sua concordância em entregar voluntariamente o cargo em 29 de fevereiro último, data da convenção que ficou acertada. Mas o deputado pernambucano desistiu do acordo às vésperas do evento.
Um deputado do Rio de Janeiro procurou Bivar e quando estava a seu lago ligou para Rueda, na tentativa de promover um entendimento. A conversa se deu por meio de viva-voz, a fim de que os acompanhantes de ambos pudessem testemunhar o que seria dito. Mas Bivar se exasperou de repente e passou a ameaça Rueda, inclusive de morte.
A conversa foi gravada em vídeo, flagrando o momento da ameaça. Essa gravação é a principal prova contra Bivar, que, horas depois, diria em coletiva que se definia como “um homem pacífico” e negou as ameaças.