Uma matéria veiculada pela revista Veja nesta sexta-feira (23) expôs indícios de um suposto plano arquitetado pela facção criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC) contra uma autoridade de Brasília, podendo ser um deputado, senador, ministro ou magistrado. Em razão disso, a segurança na capital federal tem sido intensificada desde o ano anterior.
Na última terça-feira (20), houve uma presença significativa de policiais fortemente armados ao longo da via de acesso à sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o senador Sergio Moro (União-PR), e outras autoridades participavam de um evento solene. Uma movimentação semelhante foi observada no Senado Federal, durante a chegada do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Conforme relatado pela publicação, em setembro do ano anterior, o setor de inteligência da Polícia Penal detectou que a cúpula do Ministério da Justiça e Segurança Pública estava sob o radar do PCC, considerado o maior grupo criminoso do país. O alerta foi repassado à Polícia Federal, ao então ministro Flávio Dino e seus colaboradores mais próximos.
Em novembro, o Ministério Público do Estado de São Paulo enviou ao Congresso Nacional um relatório de inteligência, informando que um grupo de assassinos profissionais da facção havia realizado incursões em Brasília nos meses de maio, junho e julho. Durante esse período, o grupo criminoso gastou aproximadamente R$ 44 mil com aluguel e mobiliário de um imóvel, além da compra de celulares e despesas com transporte na capital federal.
Essas informações foram encontradas em registros contábeis da facção, bem como em imagens das residências oficiais onde moram Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, obtidas nos telefones de membros do PCC.
Esse grupo específico do PCC, denominado “Restrita”, é especializado em executar missões audaciosas, arriscadas e perigosas para a facção, como atentados e sequestros. Esses criminosos seguem ordens diretas de Marcola, o principal líder do PCC, atualmente cumprindo pena de mais de 300 anos de prisão na Penitenciária Federal de Brasília.
Segundo a matéria, há a possibilidade de os criminosos tentarem sequestrar uma autoridade, visando a libertação de Marcola.
O promotor Lincoln Gakiya, que conduziu investigações sobre os métodos da facção, declarou à Veja que o PCC almeja atingir uma autoridade de grande relevância em Brasília.
“O PCC visa atingir uma autoridade com destaque em um dos Poderes para causar um impacto significativo. É uma tática terrorista. É importante ressaltar que ninguém pode afirmar estar absolutamente seguro, pois eles são capazes de qualquer coisa para alcançar seus objetivos”, enfatiza o promotor.
Deu no Terra Brasil