O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi alvo de críticas feitas pelo jornal O Estado de São Paulo. Em editorial publicado nesta quarta-feira (7) com o título: O ânimo de Toffoli, o jornal diz que o ministro “parece profundamente empenhado em reescrever a história de corrupção e desmandos que marcaram a trevosa passagem do PT pelo poder”.
No texto, o periódico questiona o fato de Toffoli ter mandado que a Procuradoria-Geral da República (PGR) insista na investigação sobre um suposto conluio entre a ONG Transparência Internacional e a Lava Jato para se apropriar de recursos recuperados de esquemas de corrupção, mesmo sem qualquer fato novo que justifique a medida.
O que ocorre, no entanto, é que há poucos dias a entidade incluiu justamente algumas decisões recentes do ministro na lista dos fatores que ajudaram a piorar a posição do Brasil no Índice de Percepção da Corrupção. Por isso, o veículo diz acreditar que a postura do magistrado esteja carregada de “ânimo vingativo”.
– Não está em questão o conteúdo do relatório, e sim a reação truculenta de um ministro do Supremo a algo que leu e não gostou. Resta esperar que o colegiado da Corte ponha termo a esse empreendimento, mas nada sugere que os pares do ministro Dias Toffoli o farão, pois tudo indica que estamos diante de um fato consumado – diz o texto.
O veículo declara ainda que “a decisão de apagar a Lava Jato da historiografia do país parece que já foi tomada” e ressalta que a postura do ministro parece ter a anuência dos outros magistrados das Suprema Corte. O texto ressalta, inclusive, o conflito de interesses nas decisões em que Toffoli anulou multas de empresas envolvidas na Lava Jato.
– Estivesse o país menos bagunçado moral, ética e institucionalmente, o ministro teria se declarado impedido – ou ao menos sua permanência nesses processos provocaria mais espanto. Dias Toffoli, convém lembrar, foi citado como sendo o “amigo do amigo de meu pai” em manifestação enviada por Marcelo Odebrecht à Polícia Federal – completa.