Governadores de oposição não devem comparecer ao evento Democracia Inabalada no Senado, nesta segunda-feira (08). O evento é em memória do primeiro ano dos atos de vandalismo do 8 de Janeiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou convite a todos os chefes de Executivos estaduais, contando com a presença de todos para transparecer o objetivo do evento de transformar o ato em uma demonstração de união nacional.
A lista de quem confirmou presença no evento, não foi divulgada pelo Senado, mas espera-se que reúna presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Estão previstos discursos dos chefes dos Três Poderes.
Diferente do cenário do ano passado, no dia seguinte ao ataque ao centro do poder do Brasil, Lula conseguiu reunir os 23 dos 27 governadores em Brasília, sendo que os quatros que não estavam presentes, enviaram representantes ou o vice. Este ano, com o ato de lacração do petista, o jornal O Globo apurou que, com exceção do governador Eduardo Leite (PSDB-RS), nenhum chefe do Executivo dos estados Sul e do Sudeste havia confirmado presença até ontem aos organizadores.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não irá ao Distrito Federal, por estar passando férias na Europa e tem previsão de voltar ao Brasil, apenas na noite de hoje. E o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), também está fora do país. O governador em exercício, André do Prado (PL), que preside a Assembleia Legislativa do estado, não tem planos de se deslocar para Brasília.
Tarcísio vem sendo pressionado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, a ter um posicionamento crítico em relação ao presidente Lula, no entanto o governador mantém uma relação institucional de cavalheiros com o Executivo Federal. Durante um evento em dezembro, o presidente pediu que o governador paulista discursasse. Ao pegar o microfone, Tarcísio disse estar “satisfeito” pelo fato de o BNDES disponibilizar R$10 bilhões para obras no estado.
Ibaneis Rocha (MDB-DF), governador do Distrito Federal também não estará presente no evento, por não conseguir voltar a tempo das férias mas será substituído pela vice-governadora Celina Leão (PP). A um ano atrás Ibaneis chegou a ser afastado do cargo após os atos, por determinação do STF e Celina ficou como interina por 3 meses.
Jorginho Mello (PL), chefe do Executivo catarinense, alegou que tem uma reunião com todos os secretários de estado. O governador de Roraima, Antônio Denarium (PP), fará “entregas e assinaturas de ordens de serviços de obras” na capital e no interior do estado durante a semana. Já o acreano Gladson Cameli (PP) disse que estará se deslocando para participar de um evento na China. Em nota, ele parabenizou Lula pela iniciativa.
Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná, informou que já tinha compromisso agendado previamente. Mauro Mendes (União Brasil), governador do Mato Grosso, estará em viagem familiar. E o goiano Ronaldo Caiado (União Brasil) relatou razões médicas: ele será internado hoje para fazer o check-up da cirurgia cardíaca que completa um ano.
Até a noite de ontem, o governador do Rio, Cláudio Castro, não havia fechado questão sobre a ida a Brasília. Ele ensaiou uma aproximação com Lula no ano passado e chegou até a ser defendido pelo presidente após ser alvo de vaias em um evento no Rio, em agosto. Recentemente, no entanto, Castro renovou seus laços com os bolsonaristas após confirmar que apoiará Alexandre Ramagem (PL) na disputa pela prefeitura do Rio em 2024.
Já o mineiro Romeu Zema (Novo) decidiu, na noite de ontem, ir ao evento, segundo um aliado próximo. A assessoria não informou a agenda, mas a leitura no entorno do governador é que qualquer caminho tomado será alvo de críticas. O governo de Minas discute com o Planalto a renegociação da dívida do estado.
O presidente Lula afirmou por meio das redes sociais que o evento servirá como um grito em defesa da liberdade e da democracia.
Deu no Diário do Poder