Número de pessoas “ocupadas” no RN cai em 47 mil no 2º trimestre de 2023

 

O Rio Grande do Norte registrou queda de dois pontos percentuais no nível de ocupação – passou de 47,5% no segundo trimestre de 2022, para 45,5% no mesmo período deste ano – de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. Os números indicam que 1,377 milhão de pessoas tinham uma ocupação nos meses de abril, maio e junho do ano passado.

Em 2023, no mesmo recorte, eram 1,330 milhão de potiguares com ocupação, ou seja, 47 mil a menos do que em 2022. A professora e pesquisadora do Departamento de Economia (Depec) da UFRN, Juliana Bacelar, explica que a queda pode ser sazonal e afirma que é preciso observar a dinâmica do mercado.

A especialista avalia, contudo, que há um cenário positivo para o Estado. Ela frisa que, quando comparados apenas os dois primeiros trimestres deste ano, abril, maio e junho somaram desempenho melhor do que janeiro, fevereiro e março, cujo nível de ocupação ficou em 44,8% (1.302.000 pessoas ocupadas). Além disso, os indicadores sobre desocupação também reduziram. Segundo o IBGE, a quantidade de pessoas desocupadas caiu de 188 mil no segundo trimestre de 2022 para 152 mil no mesmo período deste ano. A taxa de desocupação portanto, reduziu de 12,1% para 10,2%.

Já o primeiro trimestre deste ano registrou taxa de 12,1%, isto é, superior ao período seguinte. Bacelar diz que ambas as reduções (ocupação e desocupação) registradas no comparativo dos meses de abril, maio e junho de 2022 e 2023, têm a ver com o aumento da ida de pessoas para fora da força de trabalho, ao mesmo tempo em que a população em idade ativa (a partir dos 14 anos) também cresceu.

De acordo com os dados da Pnad, no segundo trimestre deste ano, eram 2.900.000 pessoas em idade ativa. No mesmo recorte de 2023, eram 2.922.000, aumento de 0,75%. Paralelo a isso, a quantidade de pessoas que foi para fora da força de trabalho nos dois períodos cresceu 7,78% (passou de 1.336.000 para 1.440.000). A força, esclarece a especialista, é composta pelo quantitativo de pessoas ocupadas (que estavam em atividade remunerada na semana da pesquisa do IBGE) e desocupadas (aquelas não ocupadas, mas que estavam à procura de trabalho desde o mês anterior ao levantamento).

Já quem está sem ocupação mas não está à procura, é considerado fora da força de trabalho. “Este grupo fora da força é composto pelos desalentados, isto é, aqueles que desistiram de buscar emprego, mas também por pessoas que se aposentaram, por jovens que estão apenas estudando e ainda por aqueles que pararam de trabalhar para se dedicar a alguma atividade como um mestrado, por exemplo”, explica Barcelos.

Ela esclarece que, exatamente em razão disso, não é possível afirmar se a queda na desocupação ocorre porque ficou mais fácil as pessoas conseguirem emprego. “As pessoas podem simplesmente ter parado de procurar trabalho e foram para fora da força. O que se pode afirmar, com certeza, é que há menos gente em busca de uma oportunidade no mercado”, aponta.

Deu na Tribuna do Norte

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