Setor de energia solar atinge marca histórica e cobra Lula: ‘Discurso avançou mais rápido do que a prática’

painel solar

 

O setor de energia solar no Brasil acaba de atingir a marca histórica de 1 milhão de empregos e mais de R$ 163 bilhões de investimentos acumulados desde 2012, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), divulgado nesta semana.

De acordo com a entidade, a fonte fotovoltaica possui atualmente 33,5 gigawatts (GW) de potência instalada, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos. De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2023, que compila dados de 2022, a energia solar hoje corresponde a 4,4% da matriz elétrica brasileira, representação que quase dobrou em comparação com 2021 (2,5%). Em 2020, o volume era de apenas 1,6%, o que mostra a tendência de crescimento. Segundo a associação, o setor solar fotovoltaico garantiu mais de R$ 46,6 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e evitou a emissão de 42,1 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

Apesar dos bons resultados e do investimento do governo federal na transição energética, o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, lamenta ainda a disparidade de incentivos com relação aos combustíveis fósseis: “O governo federal, desde o final do ano passado, antes ainda de assumir, já demonstrou que possui uma visão diferenciada para a importância da transição energética, da sustentabilidade do meio ambiente. E essa posição e essa visão foi muito bem recebida pelo setor solar fotovoltaico (…) Agora, a gente percebe também que o discurso avançou mais rápido do que a prática, porque o Brasil tem um histórico de décadas de incentivo a combustíveis fósseis e poluentes”.

O executivo destaca o estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), de 2022, que aponta que o Brasil deixou de arrecadar R$ 118,2 bilhões em tributos devido a incentivos governamentais sobre a produção e o consumo de combustíveis fósseis, especialmente diesel, gasolina, petróleo, gás natural e carvão mineral.

“O discurso do governo federal já mudou, mas essas leis, esses incentivos, essa engrenagem pública ainda está operando na racionalidade das fontes fósseis em detrimento das fontes renováveis”, critica Sauaia. O governo Lula ainda acena para a possibilidade de aumentar a exploração de petróleo no Brasil, o que vai na contramão da ideia de transição energética. A insistência na perfuração de poços na foz do rio Amazonas é um dos exemplos do anseio do Executivo nos combustíveis fósseis.

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