A Prefeitura de Porto Alegre publicou, nesta terça-feira (25), o edital para desestatizar a empresa de ônibus Carris. Em atividade desde sua fundação pelo Imperador Dom Pedro II, em 1872, a Companhia Carris Porto-Alegrense é uma das empresas de transporte coletivo mais antigas do país ainda em funcionamento.
Apesar da idade, a Carris só rende prejuízos ao município: entre 2020 e 2022, o governo do prefeito Sebastião Melo (MDB) teve que injetar R$200 milhões nos cofres da empresa. Custos operacionais da Carris são 20% maiores que a concorrência e a companhia ainda requer investimentos para equiparar a qualidade do serviço oferecido, segundo a própria Prefeitura.
A empresa surgiu como operadora de bondes puxados por mulas e, 150 anos mais tarde, ainda é responsável por 22% do sistema de transporte público da 11ª maior capital brasileira.
“A desestatização da Carris é um compromisso assumido desde a eleição e que faz parte desse esforço maior de entregar uma mobilidade mais eficiente”, explicou o prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo. O anúncio da privatização foi feito no ano passado, sob protestos da oposição ao prefeito, que derrotou a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) na eleição de 2020.
“A qualificação do transporte coletivo é um desafio que enfrentamos desde o início da gestão. Melhorar o sistema, manter a passagem sem aumento e ampliar a cobertura do serviço são prioridades”, disse Melo. O prefeito garantiu ainda que a venda da empresa à iniciativa privada não vai afetar o preço da passagem, que continuará no valor estabelecido em 2021, de R$4,80.
A concorrência pública terá proposta comercial mínima de R$ 109 milhões e incluirá a venda de ações, bens, como ônibus e terrenos, assim como a concessão, por 20 anos, de 20 linhas operadas pela companhia.
Deu no Diário do Poder