Natal faz parte do grupo logístico de esquema criminoso internacional

No esquema específico comandado pelo ex-major da Polícia Militar, o crime se organiza em três grandes grupos: “Márcio Cristo” e “Zoio”, com ações em Paranaguá-PR e “Logístico”, em São Paulo. A capital potiguar faria parte de um subgrupo vinculado ao “Logístico”, intitulado “Barcos Natal” e “Frutas Nordeste”, que inclui ainda cidades como Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

No caso do “Logístico”, o papel desse grupo seria receber, armazenar e transportar para os grupos que atuam diretamente na exportação da cocaína, como o caso de Natal.

O Grupo Barcos Natal, por exemplo, segundo dois processos da Justiça Federal aos quais a TN teve acesso, “trata-se de grupo especializado na reforma de embarcação para ocultação de grandes carregamentos de cocaína em viagens transoceânicas”, disse.

Esse grupo, segundo a denúncia, seria chefiado por Lenildo Marcos da Silva, o “Cabeça”, sendo diretamente ligado ao Major Carvalho. A Justiça afirma que três embarcações foram reformadas na Rua Chile, na Ribeira, zona Leste de Natal. Entre elas estaria a “Wood”, embarcação que foi apreendida em águas internacionais com 1.100 kg de cocaína nas proximidades de Cabo Verde em maio de 2019. O pesqueiro, foi encontrado a aproximadamente 280 milhas náuticas da Cidade da Praia, em Cabo Verde. Seis dos sete tripulantes eram do Rio Grande do Norte. Eles partiram de Jaboatão dos Guararapes (PE) e o barco era inscrito na Capitania dos Portos do RN.

Neste caso específico, a técnica utilizada pelo grupo é a “Pescaria”, que consiste no transporte da droga em lanchas e/ou içamento para navios. No processo, a Polícia Federal cita que o carregamento da droga foi transportado por um helicóptero branco e azul “que lançou a carga ao mar a cerca de 50 milhas náuticas da costa de Pernambuco já acondicionada nos sacos”.

Nos tabletes de cocaína haviam adesivos com as marcas da Louis Vitton, marca de bolsas, e do clube espanhol Real Madrid.

Além da “Wood”, as embarcações “Myomar” e “Dorada” também faziam parte do esquema e foram adquiridas por uma empresa fictícia intitulada “Alves Embarcações”.

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