Ministra que fechou cidade para eleger Lula pode perder cargo com aval do petista

Foto: Ricardo Stuckert

 

A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, deve perder o posto, depois do aval dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cúpula do União Brasil para fazer uma troca no ministério. Daniela deve ser trocada pelo deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).

Na Câmara, a expectativa é que o convite ao parlamentar seja feito a partir de terça-feira 13.

Nesta semana, o marido de Daniela, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho (Republicanos) terá uma reunião com Lula. Ele demonstrou insatisfação com a troca no ministério.

Em entrevista à CNN na quinta-feira 8, Waguinho, que é prefeito de Belford Roxo, afirmou que os defensores da mudança “querem encher o ministério de bolsonaristas para mais na frente enfraquecer o presidente Lula”, em referência à cúpula do União Brasil.

Waguinho comanda uma das forças políticas no Rio, com adesão expressiva de evangélicos e da população mais carente.

Nas eleições de 2022, o grupo político liderado pelo casal, fechou a cidade para eleger Lula no segundo turno, depois de ter apoiado Bolsonaro no primeiro turno das eleições.

Daniela do Waguinho foi a primeira ministra de Lula a provocar crise no início do terceiro mandato do petista.

Na primeira semana de janeiro, uma crise foi provocada pela revelação de que a ministra do Turismo é ligada a uma tradicional milícia que controla a cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

Daniela virou alvo de pressão depois da publicação de uma foto em que aparece ao lado do ex-PM Juracy Alves Prudêncio, o Jura, apontado como chefe da milícia acusada de vários assassinatos em Belford Roxo. Jura está preso na Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói (RJ), condenado a 26 anos de prisão por homicídio e associação criminosa. Ele atuou diretamente na campanha da ministra em 2018, quando ela concorreu a uma vaga na Câmara de Deputados, pelo MDB. No ano passado, como estava na prisão, ele atuou por meio da mulher, Giane Prudêncio. Daniela do Waguinho foi a deputada federal mais votada no Estado.

Durante a campanha eleitoral de 2022, com o uso da milícia, o casal foi acusado de impedir que adversários do PT fizessem campanha em Belford Roxo. Além disso, pressionaram os servidores públicos e a população a votar em Luiz Inácio Lula da Silva. Mais de duzentas denúncias sobre o que acontecia no município foram feitas à Superintendência da Polícia Federal, ao Ministério da Justiça e ao Ministério Público Federal. Os documentos foram protocolados pelo deputado federal Carlos Jordy (PL).

Daniela só saiu dos holofotes devido aos atos de 8 de janeiro. Mas ainda assim, ela voltou às manchetes vez ou outra. Agora, com o aval de Lula, a troca no comando do turismo, dizem pessoas próximas ao presidente, será irreversível.

Deu na Oeste

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