Aeroporto Aluízio Alves: “Pelo menos 3 empresas devem participar do leilão” afirma Ministro

FOTO: ALEX RÉGIS

 

Nesta sexta-feira (19) o Aeroporto Internacional Aluízio Alves, de São Gonçalo do Amarante (ASGA), na Grande Natal, voltará à leilão, após três anos de espera, desde que a Inframérica anunciou a devolução amigável do terminal na expectativa de que, pelo menos três empresas apresentem lances. Essa previsão foi dada pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A concorrência terá como critério o maior valor de outorga inicial, que parte de R$ 226,9 milhões por um contrato de 30 anos, que também tem previsão de investimentos de R$ 308,9 milhões em obras. O leilão de relicitação será realizado na  Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Ao serviço de notícias do Estadão,  o ministro disse ter ouvido de, pelo menos, três players o interesse no terminal de São Gonçalo e ressaltou que esse será o primeiro certame resultado da devolução amigável de um ativo. “Claro que você não pode prever antecipadamente da rodada e muito menos comentar, mas pelo menos três diferentes me disseram que vão participar”, afirmou.
A previsão, no entanto, já era ventilada. Em meio a rumores de que a expectativa é de baixa procura, a imprensa nacional já noticiava no mês passado que pelo menos três grandes empresas que já atuam no setor na região Nordeste são cotadas para disputar o certame. Estariam na disputa, pelo menos, a espanhola Aena, a alemã Fraport e a francesa Vinci. A Aena opera um bloco de 6 terminais, enquanto a Fraport controla o aeroporto de Fortaleza, e a Vinci está em Salvador.
A expectativa tem fundamento porque nos últimos meses, diversos investidores buscaram informações sobre o aeroporto, cuja administração foi transferida à iniciativa privada pela primeira vez em 2011, no governo de Dilma Rousseff (PT). No início de fevereiro, por exemplo, representantes de operadores como Fraport, Vinci, Zurich, CCR, Inframerica, Aena participaram de um roadshow para apresentar o projeto a potenciais interessados.
Especialistas avaliam que, pelo perfil do aeroporto, faria sentido a  espanhola Aena e suíça Zurich disputarem pelo ativo. Para a primeira, o negócio teria ainda mais sinergia pela localização, já que a empresa administra seis aeroportos do Nordeste. Já a segunda opera os terminais de Florianópolis, Macaé e Vitória.
A avaliação é que São Gonçalo também poderia despertar o interesse da XP Infra, uma vez que o projeto não exige capex (despesa de capitais) alto em obras, com baixo risco de engenharia.
Contudo, há um clima de desconfiança do mercado com a política de concessão de aeroportos, que levanta dúvidas sobre a quantidade de grupos neste leilão. Aena e XP Infra são justamente as empresas que ainda não conseguiram efetivar os contratos de concessão dos aeroportos arrematados na 7ª rodada, realizada em agosto do ano passado.
Na semana passada, o imbróglio ganhou um novo capítulo. Após o consórcio da Socicam, que levou os terminais do Bloco Norte no ano passado, ter seus precatórios aprovados e a ordem de serviço da concessão assinada, a Advocacia-Geral da União (AGU) baixou uma nova determinação que, na prática, suspendeu a análise dos títulos ofertados pela Aena e XP. Nesse momento, portanto, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está impedida de efetivar os contratos do bloco de Congonhas e o de Aviação Geral, conforme revelou o Estadão/Broadcast.
Por isso, o termômetro dos últimos dias é de que, apesar de poder haver surpresas, a concorrência no certame foi contaminada com o imbróglio da 7ª rodada. Se somam a esse cenário as incertezas com a economia e a alta taxa de juros, que têm preocupado investidores de longo prazo. Aena, XP e Zurich foram procuradas, mas não comentaram o assunto.
Informações da Tribuna do Norte

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