A defesa do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que proíbe a Globo de exibir uma edição do Linha Direta que estava programada para ir ao ar nesta quinta (18).
O programa abordaria o assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos, em 2021. Jairinho é acusado de ter matado o garoto, e a mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada como cúmplice.
Na liminar, a juíza alega que a exibição do Linha Direta pode influenciar a opinião pública sobre o caso, que será submetido a júri popular. A data do julgamento ainda não foi definida. Para a magistrada, uma edição do programa mais tendenciosa contra Jairinho poderia influenciar a opinião de quem fosse escalado para votar na sentença.
“O processo ainda pende de julgamento, e a exibição em canal aberto e por emissora de grande alcance não parece servir aos propósitos informativos que possam ser alegados”, afirmou a magistrada. “O réu deverá ser julgado por um corpo de juízes leigos, e tal exposição poderá colocar em risco a imparcialidade dos julgadores”, concluiu a juíza na decisão.
A decisão chama a atenção porque o caso não está sob segredo de Justiça, e liminares para impedir a exibição de reportagens sobre a investigação jamais foram concedidas anteriormente.
Além dos acusados e seus advogados, o programa entrevistou o pai de Henry Borel, Leniel Borel. Em sua conta no Instagram, na última terça (16), ele agradeceu à produção pelo interesse no caso.
O Linha Direta voltou ao ar no início deste mês nas noites de quinta-feira, após 16 anos fora da programação da Globo. Nos dois primeiros episódios, o programa teve grande repercussão ao mostrar crimes famosos no Brasil: o caso Eloá (2008) e a barbárie de Queimadas (2012). Outros sete episódios ainda serão mostrados nesta temporada.
Deu na CNN Brasil