O Rio Grande do Norte aparece em mais um ranking nada positivo: as mortes por arma de fogo. Segundo levantamento divulgado pelo portal R7, o RN tem uma taxa de 33,71 assassinatos por arma de fogo por 100 mil habitantes, atingindo o dobro da média nacional, que é de 15,37.
O detalhe dessa situação é que ele foi demonstrada em uma matéria que trata da relação entre armas de fogo legamente registradas e homicídios. O R7 demonstrava que os estados com maior número de mortes, são os que têm menos ponto de coleta de armas de fogo. No caso do RN, são apenas dois.
A polêmica surgiu em uma semana que o número de homicídios e a posse de armas foram muito discutidos. Isso porque, nacionalmente, o Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagrou uma operação que levou para prisão os “CAC’s” que não tinham registrado suas armas, mas possuiam mandado de prisão em aberto. Além disso, o ministro Flávio Dino ainda destacou que outros 6 mil que não regularizaram suas armas, poderiam também ser alvo de novas operações.
Imediatamente, isso abriu uma discussão política em torno do debate sobre porte/posse de arma de fogo, pelo fato da gestão atual, do PT, ser duramente crítica ao armamento, enquanto o governo anterior, de Jair Bolsonaro, do PL, ser defensor da flexibilização das regras.
Na prática, no entanto, o que se viu é que o Governo do RN, administrado pelo PT há cinco anos, e crítico a posse/porte de armas, instalou só dois pontos de coleta de arma de fogo, para aqueles que querem voluntariamente se desfazer dos seus armamentos. Em contrapartida, apresenta uma média duas vezes superior a nacional em número de homicídios.
Nesta semana, inclusive, o Estado até destacou a redução dos assassinatos em 2023, apontando que foram “apenas” três por dia, em média.
Contudo, para se ter uma ideia do quão controversa é essa situação, o Governo de São Paulo, gerido por um governador do PL de Bolsonaro, lidera o ranking de pontos de entrega voluntária, com 215. É em São Paulo, também, onde a taxa de homicídio é menor: 4,19, oito vezes menor que a do RN.
O levantamento foi feito pelo R7 cruzou dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O R7 questionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública quanto aos critérios para determinar a quantidade de postos por estados, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto.
No Rio Grande do Norte, os pontos para se entregar voluntariamente as armas de fogo estão em Natal e Mossoró. Apenas.
Deu no R7