A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (26) que ele postou um vídeo com críticas ao sistema eleitoral de forma equivocada.
“O vídeo foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava transmiti-lo para o arquivo de WhatsApp para assistir posteriormente. Por acaso, justamente nesse período, o presidente estava internado em um hospital em Orlando [Estados Unidos], por causa de obstrução intestinal”, disse o advogado Paulo Cunha. “Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que duas, três horas depois ele foi advertido e imediatamente retirou a postagem”, completou.
Acompanhando o ex-presidente na saída da PF, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten afirmou que Bolsonaro estava sob efeito de medicação quando compartilhou o vídeo. “O presidente começa a ter desconforto abdominal no dia 8, quando à noite ele faz um tuíte repudiando os atos que aconteceram em Brasília. Ele vira a noite passando mal, liga para o médico, que orienta a dar entrada no hospital”, contou.
O ex-presidente teve alta no dia 10, após o almoço. “A referida postagem acontece poucos momentos após a saída dele do hospital, altamente debilitado, altamente medicado. E a mecânica de postagem no Facebook se dá com meros dois cliques. Quando alertado, tomou o conhecimento da postagem, sequer sabia que havia postado tal conteúdo. Assim que alertado, apagou o vídeo”, acrescenta Wajngarten.
Bolsonaro (PL) deixou a Polícia Federal em Brasília após prestar depoimento por cerca de três horas. Ele chegou ao local por volta das 8h50 desta terça-feira (26).
Bolsonaro foi incluído no inquérito que tramita no STF sobre os episódios de violência por decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes. A medida foi tomada após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A PGR viu indícios de suposta incitação pública à prática de crime por parte de Bolsonaro quando ele publicou um vídeo nas redes sociais, poucos dias após o 8 de janeiro, questionando o resultado das eleições presidenciais de 2022.
O conteúdo foi excluído posteriormente, mas, no entendimento da PGR, Bolsonaro teria incitado a perpetração de crimes contra o Estado de Direito ao compartilhar a gravação. Segundo o órgão, mesmo que a postagem tenha sido posterior aos atos de vandalismo, as condutas do ex-presidente devem ser apuradas.
Deu no R7