O Ministério da Saúde perdeu 1,2 milhão de testes para detecção da covid-19 em março. Os produtos, que estavam no estoque da pasta, venceram neste mês. Eles foram avaliados em quase R$ 43 milhões.
Os testes são do tipo RT-PCR e também servem para o diagnóstico do vírus sincicial respiratório e da influenza A e B. Parte dos lotes perdeu a validade em 9 de março, enquanto o resto venceu no dia 13.
A equipe da ministra Nísia Trindade culpa a gestão anterior pelo acúmulo de exames com validade curta. O ministério afirmou ainda que não teve acesso a dados sobre os estoques durante a transição de governo.
“Ao assumir, a atual gestão da pasta deparou com os quantitativos em estoque sem tempo hábil para distribuição e uso, ou sem demanda nos Estados”, informou o ministério, em nota.
O ex-ministro Marcelo Queiroga disse que “todos os dados foram passados para a equipe de transição”. “Eles sabem disso, inclusive foi assinado termo de confidencialidade.”
A nova gestão do Ministério da Saúde também deixou vencer 27 milhões de vacinas contra a covid-19 no início de março. A pasta também culpou a gestão anterior no ministério, informando que “não houve tempo hábil para distribuição e uso”.
Desde 2021, quase 40 milhões de doses foram descartadas. O prejuízo aos cofres públicos é calculado em cerca de R$ 2 bilhões.
Ainda conforme o ministério, nos próximos 90 dias, mais 5 milhões de doses vão vencer e outros 15 milhões de vacinas terão o prazo de validade expirado dentro de seis meses.
“O Ministério da Saúde buscou uma solução pactuada com o conselho de secretários estaduais e municipais de Saúde, para um esforço conjunto, para evitar novos desperdícios”, afirmou a pasta. “Outras ações também estão sendo pactuadas dentro do Movimento Nacional pela Vacinação.”
De acordo com a nota do ministério, em 2021 quase 2 milhões de doses venceram, devido ao prazo. Já no ano passado, esse número chegou a 9,9 milhões de vacinas contra a covid-19.
Deu na Revista Oeste