Não foi apenas um ato de mera hipocrisia

Por Maurício Pandolphi

O caso do Coordenador de Análises Criminais da Secretaria de Segurança do RN, que invadiu a casa de um vizinho de arma em punho e por pouco não gerou uma tragédia é sintomático do momento peculiar que vivemos hoje no Brasil.

O sujeito defendia publicamente o desarmamento dos outros mas guardava a própria arma em casa e não hesitou em utiliza-la, por conta de uma banal brincadeira de crianças.

Foi uma típica ação – ainda que tresloucada, excepcional e momentaneamente insana, como já acenam alguns em sua defesa – praticada por um daqueles que se julgam donos de todas as verdades e parte de um grupo de iluminados e privilegiados, os mesmos que se acreditam acima de qualquer suspeita e, como tal, detentores do direito incontestável de determinar como e por quem a sociedade deve ser conduzida.

Lamentável. Que se faça justiça, segundo uma constituição que afirma serem todos iguais perante a lei.

 

Maurício Pandolphi é Jornalista e professor da UFRN 

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