O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que propostas semelhantes à minuta de decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, circulavam no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro(PL). “Aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo”, disse. As declarações foram feitas em entrevista publicada nesta sexta-feira (27) pelo jornal O Globo.
De acordo com o dirigente, várias sugestões similares eram encaminhadas para ele próprio pelos Correios ou chegavam às suas mãos durante eventos políticos, sem no entanto que fossem sequer consideradas. “Tinha gente que colocava (o papel) no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar”, afirmou Costa Neto.
“Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei. A pressão em cima dele foi uma barbaridade. Como o pessoal acha que ele é muito valente, meio alterado, meio louco, achava que ele podia dar o golpe. Ele não fez isso porque não viu maneira de fazer. Agora, vão prendê-lo por causa disso?”, questionou.
Segundo ele, mesmo cobrado por aliados para tomar alguma atitude para “impedir” a posse do presidente eleito Lula (PT), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “não quis fazer nada fora da lei”. Costa Neto afirmou ainda que Bolsonaro deve retornar dos Estados Unidos na próxima semana para auxiliá-lo na condução do PL.
Perguntando se acha que há possibilidade de Bolsonaro ficar inelegível, o dirigente disse que não vê essa possibilidade. “Não vejo chance. Tem vários processos contra ele, como qualquer presidente que sai. Vai condenar por quê? Por que ele falou isso ou aquilo? Não tem cabimento. Que crime ele cometeu? Isso é uma loucura”, declarou.
Sobre as eleições no Congresso, Costa Neto disse que vê grandes chances para a eleição de Rogério Marinho(PL-RN) para a presidência do Senado e disse que Pacheco não defende os parlamentares. “Adoro o Rodrigo, acho elegante, distinto, mas ele não defende o parlamentar. Nós queremos estabilidade, não queremos brigar com ninguém, não queremos impeachment (de ministro do STF). Temos que ter equilíbrio, mas não tem revanche”, afirmou.
Com relação a eleição na Câmara, o dirigente disse apoiar o atual presidente Arthur Lira (PP-AL) e que qualquer parlamentar do PL que tentar disputar a eleição com Lira será expulso do partido.
Com informações de O Globo