O general Juarez Aparecido de Paula Cunha defendeu, na segunda-feira 23, a punição disciplinar e legal a militares que participaram dos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. Porém, ressaltou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não pode interferir em processos que busquem responsabilizar ou punir os militares.
Ao argumentar que não cabe ao governo petista ter gerência nesses casos, Cunha também criticou a suposta interferência política do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre as Forças Armadas. O Regulamento Disciplinar do Exército e o Estatuto das Forças Armadas vetam a participação de militares da ativa em manifestações políticas.
“Sobre a participação de militares nos atos de 08/01: deverão ser submetidos aos processos disciplinares e punidos conforme normas disciplinares ou legais”, escreveu o general. “Entretanto, não cabe ao governo interferir nesse processo. Já tivemos muita ingerência política no governo anterior.”
No domingo 22, um dia depois da troca do comando de Exército, Juarez Cunha aconselhou os militares a respeitarem a Constituição e a cumprirem a missão institucional das Forças Armadas. “Amigos militares! Hora de reajustar o dispositivo e recompor as forças”, observou. “Disciplina é o nosso farol, a Constituição o guia, o respeito aos nossos chefes garantem o êxito na missão. Somos instituição de Estado, não partidária, não sujeita às turbulências da política partidária.”
O general foi demitido da presidência dos Correios por Bolsonaro, em junho de 2019, depois de assumir o cargo durante o governo de Michel Temer (MDB).
Deu na Oeste