Relógio de mais de 200 anos que foi dado de presente para a família real por Luís XIV é destruído em invasão ao Planalto

 

Vândalos que invadiram o Palácio do Planalto neste domingo (8) destruíram um relógio do século XVIII que veio para o Brasil com a família real portuguesa. A peça ficava no terceiro andar, onde está localizado o gabinete da presidência.

De acordo com o jornalista Daniel Adjuto, no mundo só existem dois relógios do tipo. O outro fica no Palácio de Versailles, na França, mas é bem menor. Considerado raro, o relógio ficou desfigurado. Os ponteiros e números foram arrancados. E uma estátua de Netuno que ornamentava o topo da peça foi arrancada.

O relógio foi fabricado pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot – há uma assinatura dele gravada na máquina – com design de André-Charles Boulle. Ambos atendiam a corte de Luís XIV, na França, apelidado de “o Grande” e “Rei Sol”. A peça teria sido fabricada no fim do século XVIII e vindo para o Brasil com D. João VI, em 1808.

Em 2012, o relógio havia passado por uma restauração depois de ter sido resgatada de um depósito do Governo Federal. Quando a peça foi encontrada, havia uma fenda na parte superior e faltava a estátua de Netuno.

Naquela altura, uma licitação foi realizada para contratar um especialista e fazer a peça voltar a funcionar.

Na época da restauração, o jornal “Valor Econômico” publicou uma reportagem sobre o relógio. Na época, a Direção de Documentação Histórica da Presidência investigava se a peça fora dada de presente para d. Pedro I ou d. Pedro II, ou um presente do Conde d’Eu para a Princesa Isabel.

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