A Fifa está convencida que a Copa do Mundo com 48 países, 16 a mais do que nas últimas edições, é o melhor formato para a competição que será disputada no Canadá, Estados Unidos e México, em 2026. Ainda assim, prometeu rever como deverá ser a fase de grupos. A entidade reguladora do futebol organizou a última reunião do ano nesta sexta-feira (16), em Doha, dois dias antes da final do Catar de 2022.
Depois do encontro com dirigentes de diferentes partes do mundo, o presidente Gianni Infantino concedeu uma concorrida entrevista coletiva aos jornalistas em que foi perguntado sobre diferentes pontos da atual e das próximas Copas do Mundo. Depois de uma hora de atraso, o cartola se mostrou empolgado com as disputadas na primeira fase no deserto e, por isso, irá propor uma nova discussão para os próximos encontros.
“O que nós acreditamos no que impacto que o futebol tem no mundo. Nós estamos convencidos de que o impacto do jogo foi enorme”, começou Infantino. “Tenho que dizer que depois do sucesso dessa Copa do Mundo, a tensão que foi ver times brigando pela vaga até o último minuto, acho que temos que rever, não ‘rever’, mas rediscutir o formato. Isso é uma coisa que ficará para a próxima reunião do conselho.”
Infantino não exemplificou, mas Argentina, Polônia e México, todos no Grupo C, tinham chances de classificação à fase mata-mata até a última rodada. Os dois primeiros passaram e a Argentina está na final da competição. No Grupo E, o Japão eliminou a Alemanha, que por pouco não deixou a Espanha de fora devido ao saldo de gols.
O que se tem confirmado até aqui é que o primeiro Mundial no mundo árabe também foi o último da sequência com 32 times. O formato vinha sendo adotado desde a França 1998 e, aos olhos de parte dos dirigentes, ganharia no lado da expansão do futebol e, claro, no lado financeiro — a Fifa espera lucrar neste ano US$ 4,6 bilhões (R$ 24,5 milhões) com direitos de transmissão, patrocínios e comercialização de áreas de hostilidade, lugares em que empresas levam seus convidados VIPs para assistirem aos jogos em locais privilegiados dos estádios.
Para a sede tripla em 2026, o plano é que as 48 seleções sejam divididas em 16 grupos de três equipes cada. Duas das melhores equipes de cada grupo avançariam à fase de mata-mata. Agora, Infantino surgiu com a possiblidade fazer 12 grupos de quatro seleções, justamente para que todas joguem na última rodada. Se por um lado, aumentaria o número de 64 para 80 ou 104 jogos, correria o risco de haver jogos sem interesse para os espectadores ao redor do mundo, tampouco para os presentes no estádio.
Outro problema no formato com grupos de três seleções estaria no caráter esportivo, já que dois empates daria a classificação para a próxima fase. Somado a isso, ainda haveria maior risco de ‘empate bom para os dois’ ao longo dos jogos iniciais.
Deu no R7